O Plano LaRouche para Reabrir a Economia dos EUA

O Mundo Precisa de 1.5 Biliões de Novos Empregos Produtivos

O presente relatório LaRouche PAC foi desenvolvido e escrito por: Robert L. Baker, Dave Christie, Richard Freeman, Paul Gallagher, Susan Kokinda, Brian Lantz, Marcia Merry Baker, William F. Roberts, Jason Ross, Dennis Small, e Helga Zepp-LaRouche. Tradutor: Miguel de Jesus.

Índice de Conteúdos

  1. Introdução
  2. Amigo, Pode Dar-me um Emprego?
  3. Como Criar Milhões de Novos Empregos Produtivos para os E.U.A. e para o Mundo
  4. Duplique-se a Produção Alimentar; Milhões de Quintas Familiares High-Tech
  5. Um Sistema de Saúde para o Futuro
  6. A Missão Espacial dos EUA; A Próxima Fronteira da Juventude
  7. Um Sistema de Crédito Hamiltoniano para Desenvolvimento
  8. Helga Zepp-LaRouche—Um Apelo aos Cidadãos Estadunidenses: O que a América Pode Dar ao Mundo!

Capítulo 4: Duplique-se a Produção Alimentar; Milhões de Quintas Familiares High-Tech

As medidas de emergência em ajuda alimentar que têm agora de ser tomadas para prevenir uma “pandemia de fome”, a par da expansão em serviços de saúde que é necessária para combater o COVID-19, criam o ímpeto para a criação de um novo sistema alimentar e agrícola que possa servir os interesses de todas as nações, agora e no futuro. Isto viria colocar um fim às práticas do cartel Anglo-globalista de controlo da agricultura e da comida, que tanto vulnerabilizou o mundo moderno a escassez alimentar e a doença.

Colocam-se duas considerações básicas: quais os volumes necessários de produção?, e, quais os fatores necessários para os alcançar?

Até à data em que este relatório está a ser escrito, as colheitas globais de cereais para 2019-2020 não registaram (felizmente) quaisquer problemas de maior, o que é importante para corresponder às enormes necessidades de ajuda alimentar criadas pela pandemia. Porém, a produção global de cereais (de todos os tipos—trigo, arroz, milho) tem de ser duplicada o quanto antes, a partir do presente nível anual de 2.7 biliões de toneladas. Uma produção anual de 5.5-6 biliões de toneladas de cereais, providenciará, a todas as pessoas da nossa população global de 7.8 biliões, os suficientes níveis de consumo direto, e indireto, de proteína animal, bem como reservas contra catástrofes, e abastecimentos para uma população global em expansão.

Ainda antes do COVID-19, a fome no mundo (cujos níveis têm vindo a crescer continuamente ao longo dos últimos quatro anos) já colocava 821 milhões de pessoas sob insegurança alimentar crónica (i.e. afetadas, por falta de meios, ou devido a escassez, pela falta dos suficientes alimentos para assegurar sobrevivência). Destas, 100 milhões dependiam de ajuda alimentar para sobreviverem. Nos próximos meses, esse número ascenderá até um mínimo de 265 milhões, de acordo com estimativas do Programa Alimentar Mundial—cujo Diretor Geral, David Beasley, avisou (23 de Abril) o Conselho de Segurança da ONU que enfrentamos uma pandemia de fome de “proporções Bíblicas.”

Fatores de Produção

Terra e Água. Terra e água são elementos básicos na equação para o aumento da produção agrícola, e é possível aumentar a disponibilidade de ambos. África está na linha da frente, com metade de toda a terra arável ainda virgem que remanesce no planeta. Também nas Américas e noutros sítios continuam a existir consideráveis extensões de terra arável passível de desenvolvimento.

Água é o elemento-chave, para além da fertilidade dos solos (que pode ser desenvolvida pelo homem, como demonstrado no Cerrado, Brasil) e de temperaturas favoráveis. O lançamento do trabalho de base para o desenvolvimento de grandes projetos hidráulicos em todos os continentes abrirá novas terras à exploração agrícola. Nos Estados Unidos, no Canadá e no México, a Aliança Norte-Americana de Água e Energia (NAWAPA) pegará em cerca de 15% das águas que agora fluem para o Ártico nas Bacias Fluviais dos Rios Mackenzie e Alaska, e desviá-las-á para sul, para o árido sudoeste do continente. Isto possibilitará irrigação de escala, das Pradarias Canadianas ao México ocidental. Embora a NAWAPA tivesse fontes de apoio em Washington DC desde os 1960s, não foi para a frente por influência dos círculos financeiros de Londres e de Wall Street.

Aliança Norte-Americana de Água e Energia (NAWAPA)
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Fontes: Parsons Company, Estudo Conceptual da NAWAPA, 7 de dezembro de 1964; Hal Cooper; Manuel Frías Alcaraz; EIR.

Em África, o Projeto TransAqua, que começou por ser proposto nos 1970s, reabastecerá de água a Bacia do Lago Chad (beneficiando toda a região Sub-Sahariana), pelo desvio de uma pequena percentagem do fluxo da Bacia do Rio Congo—que, por sua vez, beneficiará de nova agricultura, transportes, energia, e sistemas de gestão de água.

O projeto TransAqua
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O Projeto TransAqua, que começou por ser proposto nos 1970s, desviará água da Bacia do Rio Congo (na República Democrática do Congo), para reabastecer de água a Bacia do Lago Chad, assim proporcionando nova agricultura, transportes, energia, e sistemas de gestão de água a toda a região Sub-Sahariana.

Em adição a estes programas de veiculação de água à larga escala (cujo mais recente e notório exemplo é o Projeto de Transferência de Água Sul-Norte, na China, veiculando água ao longo de 716 milhas, da Bacia do Yangtze para a do Rio Amarelo), também há enorme potencial na dessalinização de água marítima e de águas salinas continentais, pelo uso de energia nuclear.

Mecanização. Elevados índices de produção requerem equipamento agrícola, incluindo maquinaria especializada de cultivo e colheita, e tratores para todos os propósitos. Da mesma forma, a produtividade é favorecida pelo ajuste da dimensão e da capacidade do equipamento à escala de operação que é preferencial a cada região em particular. Veja-se, por exemplo, o uso de máquinas de 48 linhas para a plantação de milho ou soja, em partes do Brasil ou do cinturão rural dos EUA, favorecendo produção extensiva e de alta produtividade. No Japão, micro-quintas produzem altas quantidades de arroz pelo uso de (altamente avançadas) máquinas de cultivo à pequena escala, drones, e outras máquinas. A Alemanha e a Bielorrússia são famosas pelo uso de potentes tratores de todas as dimensões para agricultura Eurasiática.

São também necessárias capacidades de alta tecnologia para o armazenamento de colheitas, e para o processamento e tratamento de comida. A preservação de comida através de irradiação prevenirá perdas e permitirá enormes ganhos na oferta—e, o mesmo é válido para o uso mais extensivo de alguns métodos tradicionais, de desidratação a baixas temperaturas, a pasteurização a temperatura ultra-elevada (UHT).

Biociência. A intensidade das colheitas foi revolucionada durante o século passado por hibridização e por engenharia genética. Porém, a aposta em investigação e desenvolvimento possibilita avanços adicionais na melhoria da própria natureza das colheitas, como é o caso com CRISPR e outras técnicas. Por exemplo, existe o Projeto de Arroz C4, para aumentar as colheitas em metade através de fotossíntese mais eficiente. De urgência especial, é a condução de pesquisa básica em proteção contra doenças vegetais e animais, em particular doenças zoonóticas—doenças que saltam de animais para humanos. O COVID-19 está nesta categoria. Hoje, não há vacinas para a febre suína africana, que é altamente letal e contagiosa entre suínos. Em 2019, esta doença levou à perda de um quarto do abastecimento alimentar global de carne de porco.

Energia. A disponibilidade de eletricidade e de todas as formas de energia em geral é crítica a todas as fases da moderna produção alimentar, começando pela manufatura de todos os inputs aos sistemas hídricos, às estruturas de irrigação, à maquinaria agrícola e de processamento alimentar, e ao armazenamento e transporte. O arrefecimento de leite cru em tanques de refrigeração de leite foi revolucionário para a produção de laticínios nos 1930s—e tornou a dieta média melhor e mais rica em leite. Até a disponibilização de eletricidade doméstica aos agricultores é vital à produtividade, como demonstrado pela Autoridade do Vale do Tennessee, quando a produção agrícola aumentou após as casas dos agricultores receberem iluminação, aquecimento, refrigeração, fogões, água canalizada, máquinas de lavar, e outros avanços similares.

Densidade de Fluxo Energético. A densidade de fluxo energético é a métrica envolvida nesta melhoria. Este conceito refere-se à densidade da energia usada na área funcional relevante, de modo tal que maiores densidades abrem a porta a maior produtividade. O nível de densidade de fluxo da energia per se difere de fonte para fonte, podendo-se progredir de fontes energéticas de baixa densidade (como madeira), e daí para cima, ao longo de fontes como carvão, petróleo, gás, fissão nuclear e, um dia, fusão termonuclear. Com alta densidade de fluxo energético, quintas de meio hectare (usando aeroponia, ou hidroponia) podem vir a produzir na ordem das toneladas.

O Agricultor-Astronauta, Milhões de Quintas Familiares

A força de trabalho requerida na agricultura (“do campo ao prato”) é enorme, mesmo com mecanização, e inclui todos aqueles que produzem os inputs necessários à atividade agrícola. Isto significa milhões de novos empregos. Na linha da frente estão dois conceitos—o agricultor-astronauta, e produção agrícola de escala familiar. A agricultura da era espacial envolve monitorização por satélite, posicionamento global, bancos de dados, drones, e mais. Nos controlos está o agricultor-astronauta, que deve tornar-se na norma ao longo do mundo. O outro requisito é agricultura familiar. O engenho e a missão de agricultores familiares (com os necessários níveis de vida, educacional e científico) são as melhores garantias de segurança alimentar, ao nível global e para cada nação.

O Pão Nosso de Cada Dia Nos Dai Hoje’

Ao invés de darem resposta a esta oração universal, os governos permitiram que o sistema monetarista de casino dos últimos 50 anos desestruturasse a agricultura, e até que prevenisse desenvolvimento agro-industrial em África—uma terra de vasto potencial agrícola, lar para 1.3 biliões de pessoas. Os governos têm de exercer soberania, em nome dos seus povos. Quebrem-se os cartéis, cujas multinacionais estão a monopolizar todos os grupos alimentares e todos os inputs necessários à agricultura, incluindo cereais, carne, laticínios, produtos agrícolas, fertilizantes, agroquímicos, e até sementes—os essenciais à vida.

“Global sourcing” de cartel, especulação em comodidades, consolidação do processamento alimentar, e outras práticas, criaram uma situação onde milhões de pessoas estão hoje a sofrer de fome, enquanto agricultores nos EUA e noutros sítios são forçados a destruir comida—a matar animais, e a deitar leite fora. Isto tem de parar. É inaceitável que se façam lucros especulativos da comida—enquanto produtores agrícolas entram na falência. Criem-se preços de paridade para a produção agrícola. Acabem-se com as liquidações das quintas. Tomem-se todas as restantes medidas de emergência para salvar capacidade produtiva, e expanda-se massivamente a agricultura. Providencie-se ajuda alimentar de emergência durante a pandemia, e um futuro com “o pão nosso de cada dia” para todos.


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