O Plano LaRouche para Reabrir a Economia dos EUA

O Mundo Precisa de 1.5 Biliões de Novos Empregos Produtivos

O presente relatório LaRouche PAC foi desenvolvido e escrito por: Robert L. Baker, Dave Christie, Richard Freeman, Paul Gallagher, Susan Kokinda, Brian Lantz, Marcia Merry Baker, William F. Roberts, Jason Ross, Dennis Small, e Helga Zepp-LaRouche. Tradutor: Miguel de Jesus.

Índice de Conteúdos

  1. Introdução
  2. Amigo, Pode Dar-me um Emprego?
  3. Como Criar Milhões de Novos Empregos Produtivos para os E.U.A. e para o Mundo
  4. Duplique-se a Produção Alimentar; Milhões de Quintas Familiares High-Tech
  5. Um Sistema de Saúde para o Futuro
  6. A Missão Espacial dos EUA; A Próxima Fronteira da Juventude
  7. Um Sistema de Crédito Hamiltoniano para Desenvolvimento
  8. Helga Zepp-LaRouche—Um Apelo aos Cidadãos Estadunidenses: O que a América Pode Dar ao Mundo!

Capítulo 2: Amigo, Pode Dar-me um Emprego?

No momento em que este texto está a ser escrito, durante a segunda semana de Maio, 50 milhões de Estadunidenses estão desempregados ou foram forçados a emprego em part-time. Mesmo antes deste colapso no emprego, cerca de 44 milhões dos mesmos não tinham emprego produtivo—em produção de bens, em manufatura, em construção, em extração mineira e sondagem e perfuração, em agricultura e em exploração florestal, em transportes—, nem eram cientistas ou engenheiros. Isto trouxe à luz o facto chocante de que, ainda antes da crise de coronavírus, já tinha havido a concretização da velha anedota: “Milhões estão inativos! —felizmente a larga maioria tem empregos.” Cerca de 69% da força de trabalho estadunidense (incluindo aqueles que estavam desempregados, ou que tinham desistido de procurar emprego e de fazer parte da força de trabalho) não tinham emprego produtivo. Isto era quase 120 milhões de pessoas (ver Figura 1). E, agora, uma enorme proporção desses Estadunidenses tornou-se literalmente desempregada, ou foi forçada a trabalho em part-time.

Isto revela a absurdidade das definições convencionais de desemprego, pelas quais alguém quer trabalhar, mas não encontra um trabalho remunerado, i.e., não consegue receber rendimentos.

Contraste-se essa perspetiva monetarista ao conceito de Lyndon LaRouche, que parte do ponto de vista da economia física: da participação da pessoa no processo de produção de bens físicos, e dos serviços relacionados necessários (tais como saúde e educação), que são necessários ao aumento da capacidade da sociedade para providenciar uma melhoria no nível de vida, e no nível cultural, a uma população em expansão numérica—uma capacidade à qual Lyndon LaRouche se referiu como densidade populacional relativa potencial. Ter um “emprego” no tráfico de narcóticos e faturar $1 milhão por ano não corresponde a emprego produtivo real. LaRouche desenvolveu uma pedagogia única de “diagramas de barras” (Ver Figura 4) para focar a nossa atenção nesse processo físico-reprodutivo concreto. “Uma vez que a densidade populacional relativa potencial é uma relação material da sociedade para com a natureza, este potencial é determinado de modo mais imediato apenas através de actividades na forma da produção de bens.... Esta abordagem deve substituir os métodos de análise do rendimento nacional que estão associados com o uso, pelos EUA, do 'Produto Nacional Bruto'”.

Olhe-se agora para as economias dos E.U.A. e do mundo a partir desse ponto de vista.

Figura 1
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A figura 1 mostra o resultado de cinco décadas de desindustrialização e deterioração da economia estadunidense (em tempos passados o “Arsenal da Democracia”), e da sua diluição numa “economia de serviços” globalizada, agora em colapso. Alguns empregos do sector dos serviços são úteis e necessários, tais como aqueles em serviços de saúde e educação, e são também produtivos nesse sentido; mas a maior proporção dos empregos de serviços na economia estadunidense hoje não o são—tais como aqueles em serviços financeiros, ou hotelaria, ou supostos serviços profissionais de negócios. Tomados em conjunto com os desempregados, estes empregos totalizam uns chocantes 73% da actual força laboral. Para além do mais, muitos dos cerca de 5 milhões de Estadunidenses que tinham empregos produtivos e que não estão agora a trabalhar (e isto é quase 25% do desemprego no seio da força de trabalho produtiva estadunidense), são hoje confrontados com a possibilidade do desaparecimento permanente dos seus empregos. Quantos empregados de linhas aéreas, de companhias petrolíferas, e da indústria automóvel estarão a trabalhar nessas indústrias no próximo ano? Se olharmos para a força laboral global do mesmo ponto de vista físico-económico, descobrimos que o desemprego total real para o planeta pode ser estimado na casa dos 46% da força laboral (ver Figura 2).

Figura 2
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Isto são 1.585 biliões de pessoas que não produzem qualquer valor económico físico porque, ao longo do último meio século e mais, foram despejadas para a lixeira humana pelo sistema imperial Britânico da City de Londres e de Wall Street—ao ponto em que mal sobrevivem no dia-a-dia. No caso de África, a taxa de desemprego real é de 65%. No caso da Ibero-América, é de 42% (ver Figura 3).

Figura 3
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Chegámos a estes números não apenas através das estatísticas oficiais de desemprego (que subavaliam gravosamente a realidade), mas também pelo olhar para as massas de pessoas que têm de se dedicar a todo o tipo de esforços e de esquemas para obter algo para comer, para si próprias e para as suas famílias—mas, que não produzem realmente o que quer que seja. Este é o caso com o alegado “emprego informal” ao longo do mundo, que envolve um espantoso número de pessoas: na verdade, mais de dois biliões, o que totaliza mais de 60% da força laboral total do planeta. Os jovens são particularmente vitimizados por esta doença “informal”—globalmente, cerca de 77% de todo o emprego, para a faixa etária dos 15-24 anos de idade, é informal. De acordo com a definição providenciada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),

O sector informal consiste em unidades envolvidas na produção de bens e serviços sob o objetivo primário de gerar emprego e rendimentos para as pessoas envolvidas... O principal propósito da produção é o uso próprio.”

Isto inclui: 1) Emprego informal na agricultura: camponeses desesperadamente pobres e as suas famílias, envolvidos em agricultura de subsistência (isto representa cerca de 25% do emprego informal total); 2) Um número menor de empregados “informais” (ou não-registados) no sector formal (cerca de 10% do total); e 3) O mundo paralelo desregulado de vendedores de rua, de trabalhadores de serviços, e de—nos piores casos—virtuais escravos da economia negra de narcotráfico organizado e prostituição/pornografia, gerida pelos bancos do Império Britânico (cerca de dois terços do total).

EIRNS/Mark Sonnenblick
Fotografia chocante de uma jovem rapariga Peruana—esfomeada, exausta, assustada, sem esperança de futuro, porém clamando aos céus por justiça—a mastigar folhas de coca, de modo a ter a capacidade para enfrentar mais um dia de exaustivo “trabalho informal” nos campos.

Pode ser argumentado que as pessoas no primeiro grupo, ao menos, produzem o suficiente para as suas próprias subsistências imediatas e para as das suas famílias, não obstante isso ocorra a um nível de produtividade horrivelmente baixo. Consideramo-las como “empregadas”, juntamente com as pessoas no segundo grupo, num esforço de apresentar uma estimativa conservadora de desemprego real. O terceiro grupo, porém, produz valor económico físico agregado zero. É composto por pessoas que estão factualmente desempregadas, do ponto de vista da economia física. Agora, com a pandemia de coronavírus a atingir ferozmente o sector subdesenvolvido, até os magros rendimentos e subsistências diárias do gigantesco sector informal estão a desvanecer-se em fumo.

A OIT estima que as pessoas no sector informal já tiveram uma queda em rendimentos na ordem dos 75-85%. Como posto sucintamente por Guy Rider, o Director da OIT, em 29 de Abril: “Estas são as reais faces do mundo do trabalho. Estas pessoas simplesmente morrerão, se não as ajudarmos agora.” Não existe uma maior fonte de desperdício neste planeta que este desemprego em massa—e a resultante morte por doença e fome—a afectar milhões, e até biliões, de preciosas vidas humanas. O caminho para a recuperação reside em empregá-las e mobilizá-las produtivamente de modo a aumentar vastamente os poderes produtivos do trabalho—a única fonte real de riqueza numa economia humana.

LaRouche Sobre os Diagramas de Barras

LaRouche observou o seguinte, no seu “Os Princípios de Governo para a Definição de uma Nova Ordem ‘Sul-Norte’,” 26 de Julho, 1981:

Figura 4
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“Uma vez que a densidade populacional relativa potencial é uma relação material da sociedade para com a natureza, este potencial é determinado de modo mais imediato apenas através de actividades na forma da produção de bens. Se outras formas de actividade que não são a produção de bens (ou, o transporte, que é o veio condutor para a produção e distribuição de bens) afetam este potencial, então fazem-no pela mediação da produtividade relativa do trabalho de produção de bens...

Educação, serviços médicos, e a administração da produção e da distribuição afetam diretamente a produtividade do trabalho produtivo, ou a da organização do processo produtivo como um todo, e também determinam a eficácia com a qual os serviços necessários e a administração medeiam tais melhorias na produtividade....

Esta força-do-trabalho é, por assim dizer, o input ao processo produtivo que é definido pela produção de bens e pelo transporte associado. A barra do lado direito representa as relações de input-output....

Esta proporcionalização geométrica dos elementos do ciclo reprodutivo é a geometria básica do processo económico para propósitos da definição do rendimento nacional.

Esta abordagem deve substituir os métodos de análise do rendimento nacional que estão associados com o uso, pelos E.U.A., do 'Produto Nacional Bruto' e, pela ONU e por várias nações, do 'Produto Interno Bruto.'” (Ver o Capítulo 3 para a descrição das categorias.)


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