Textos de Lyndon LaRouche

LaRouche responde a uma pergunta feita do Brasil:

Necessitamos de uma mobilização global para derrotar o Império Britânico

Por Lyndon LaRouche, Jr.

O que se segue foi escrito como resposta a uma pergunta enviada do Brasil para a vídeo-conferência de 19 de abril, sobre se há uma conspiração para derrubar o dólar americano e substituí-lo por um dólar imperial, talvez utilizando o real brasileiro.

Há dois requisitos principais a serem atendidos pelas e entre as nações, se for para salvar a civilização da atual crise galopante e do colapso, primeiro da comunidade transatlântica de nações, e depois, de todas as nações e povos. Nesta resposta à sua pergunta, reservo minhas propostas para as opções de ação do Brasil para a parte final deste relatório, até eu ter terminado as afirmações essencialmente preliminares mais gerais sobre o cenário histórico geral atual de forma adequadamente resumida para esclarecer historicamente a questão do monetarismo.

Primeiro, para cada uma de todas essas nações, exigir o fim dos sistemas monetários existentes, que devem ser substituídos por um sistema de crédito do tipo implícito numa compreensão competente da Constituição Federal dos EUA e da Lei Glass-Steagall de 1933.

Em segundo, quando o dólar americano tiver retornado ao modo de sistema de crédito, ao invés de um sistema monetário, exigimos um acordo de paridade fixa de câmbio entre as nações que cooperarem.

Agora, considere o principal da atual situação de crise e como ela veio a existir.

Quatro Impérios Romanos

Desde a derrota e colapso do apodrecido império persa (aquemênida) por Alexandre Magno, a morte deste e o subseqüente surgimento da primeira dentre as que seriam um total de quatro sucessivas formas do império romano (Bizâncio, o sistema “veneziano antigo” das cruzadas e o atual império do novo partido veneziano), a última das quais conhecida como império britânico, o mundo tem sido dominado por um tipo virtual de império monetarista ("keynesiano", "pós-keynesiano”).

Desde que foi estabelecido o conjunto dominante de culturas no mundo, o que significa na prática desde a ascensão da forma imperial monetarista sediada no Mediterrâneo, até a época presente do império britânico, a vida intelectual dentro de sistemas de governo através do mundo tem sido dominada pela noção moralmente corruptora e anti-científica de dinheiro como um instrumento de valor econômico dentro do sistema monetarista. Os hábitos mentais associados com o precedente de longo prazo de domínio imperial do mundo pelos sistemas monetaristas reinantes nutriram a influência generalizada da ilusão que atribui formas fisicamente eficientes de valor econômico a unidades monetárias. Esses hábitos mentais do pensamento monetarista são o obstáculo mais significativo para a organização bem sucedida duma recuperação econômica geral do sistema planetário, uma recuperação que precisa ser iniciada no atual sistema transatlântico pelo uso da medida de reforma impulsora e imprescindível, a restauração da Lei Glass-Steagall nos Estados Unidos.

A História Moderna do Caso

Para situar o caso, precisamos começar com momentos mais importantes do período, em termos do intervalo mais relevante entre o afundamento da Europa nas profundezas da “Nova Idade das Trevas” do século 14 até a Paz de Vestfália, de 1648. Este é o período da ascenção do Renascimento, centralizado em Florença no século 15, passando pelo intervalo de 1492-1648 das guerras religiosas, até a re-emergência do quarto império romano, período do crescimento do “novo partido veneziano” que assegurou o poder a um novo império sediado em Londres, com a subida ao trono de Guilherme de Orange e a Paz de Paris, em fevereiro de 1763, que estabeleceu o britânico como o quarto império romano, sob a liderança de Lorde Shelburne. O aspecto crucial desse intervalo foi o efeito dos desenvolvimentos revolucionários centralizados no grande concílio ecumênico de Florença, de 1438-40. Embora a forma imperialista de poder fosse restaurada na Europa durante a época em que se desencadeou a guerra religiosa de 1492-1648, houve a introdução dos fundamentos científicos e constitucionais duma forma moderna de civilização européia impulsionada pela ciência. O fator negativo mais crucial durante os anos infernais da guerra religiosa se mostrou ser o conflito entre o que se tornaram os efeitos combinados da colisão entre, de um lado, o progresso científico moderno associado com o grande concílio ecumênico de Florença e, de outro lado, os esforços para voltar a se aproximar da tradição dos três períodos precedentes de impérios romanos, a tradição conhecida pelos eruditos clássicos como o pacto de concordância com o que se chamou de “princípio oligárquico”, a tradição específica do culto délfico de Apolo-Dionísio, ratificado com o acordo entre o rei Filipe da Macedônia e os aquemênidas.

Essa colisão foi agravada por uma outra, dentro das fileiras do que tinha sido longamente o princípio tradicional da Roma imperial, entre o legado da facção veneziana cujo instrumento era seu fantoche, o clinicamente insano Henrique VIII da Inglaterra (a chamada facção “protestante”) e a tradição dos sistemas oligárquicos das três fases precedentes, as formas primitivas do império romano. Dessa colisão emergiram como república constitucional os Estados Unidos, um reflexo das reformas culturais, em conflito tanto com as novas formas do império romano, conhecidas como império britânico e baseadas no novo partido veneziano associado com Guilherme de Orange, e as relíquias da tendência Habsburgo de preservar alguma aproximação com as formas anteriores da série de impérios romanos. O compromisso foi atingido, favorecendo a Londres de Lorde Shelburne, que definiu o império britânico como o novo império romano, introduzindo uma paródia do aristotelismo projetada por Paolo Sarpi, o sistema de liberalismo délfico moderno baseado no irracionalismo intrínseco de um dogma pró-cartesiano do novo partido veneziano, o chamado sistema liberal de “prazer e dor”.

Não poderia haver nenhuma reforma competente dos sistemas monetaristas mundiais sem olhar para dentro da crise da tradição imperialista européia moderna, expressa como o conflito entre os princípios da constituição federal dos EUA e a tradição do liberalismo de Sarpi que dominou a Europa desde o período da recorrente guerra religiosa dentro do quadro das culturas européias. Para entender este aspecto da questão adequadamente com vistas a alguma solução decente e prática da atual situação, a doença do liberalismo moderno deve ser entendida como a raiz fundamental da atual crise acelerada de quebra, centralizada dentro do sistema transatlântico.

O Papel de Nicolau de Cusa

A ciência européia moderna, da qual dependeu o sucesso das economias européias, foi colocada em marcha pelos seguidores do De Docta Ignorantia, do Cardeal Nicolau de Cusa. A contribuição de Cusa deve ser entendida, em boa parte, como um reflexo de sua proposta anterior de adoção de uma organização social moderna do estado nacional (“Concordância Católica”). Uma das conseqüências mais significativas disso foi o compromisso específico de Cusa de cruzar os oceanos para reconstruir os elementos preciosos da cultura européia à distância da Europa, em perigo após o colapso de Constantinopla. A proposta específica de Cusa foi entregue em Portugal numa cópia para Cristóvão Colombo, o que impeliu os grandes navegadores do Atlântico daquela época a cruzar o oceano até as terras que cientistas importantes desde Eratóstenes sabiam estar do outro lado, a uma distância conhecida do continente. A influência da visão de Cusa se refletiu na Utopia, a famosa obra do inglês Sir Thomas More.

Entretanto, a realização da intenção de Cusa a esse respeito foi derrotada nos territórios americanos dos Habsburgos e, assim, foi adiada até a iniciativa da colonização dos Peregrinos em Providence, no período inicial da carta original de colonização da Baía de Massachusetts, antes do reino britânico de Guilherme de Orange e do novo partido veneziano. Esta colônia introduziu a prática de um sistema de crédito, em oposição à prática contínua do sistema monetarista europeu de hoje.

A existência da prática de sistemas monetaristas é mais antiga do que o monetarismo do culto de Delfos; sua influência como forma dominante de governo na sociedade em volta do Mediterrâneo se tornou profundamente incrustada na cultura européia sob o reinado de quatro impérios monetaristas sucessivos, desde as negociações na Ilha de Capri entre Otaviano e os sacerdotes do culto de Mitra. Assim, como previra Cusa, para conseguir escapar do poder continuo das formas recorrentes de um império romano na Europa, os europeus com esse desígnio foram obrigados a sair do alcance próximo dos sistemas monetaristas centralizados ao longo do Mediterrâneo.

Uma das primeiras ações tomadas por Guilherme de Orange para o novo partido veneziano foi a supressão do sistema de crédito da Colônia da Baía de Massachusetts. Contudo, a reforma mais notável realizada com a criação da constituição federal original dos EUA foi o estabelecimento de um sistema de crédito para se opor a, e substituir, o sistema monetarista europeu. Este é aquela doença venérea virtual das economias conhecida como um sistema monetarista centralizado em Londres e na colônia britânica conhecida como “bancos mercantis de Wall Street”, que é a grande ameaça que se desencadeia como uma “epidemia de peste negra” sobre o sistema transatlântico de hoje. A Lei Glass-Steagall de 1933 foi uma afirmação do retorno ao princípio constitucional americano de um sistema de crédito, ao invés de um sistema monetarista.

Ao longo da pré-história e história dos EUA com sua atual constituição, a batalha continua internamente e em suas funções de política externa tem havido uma guerra virtual entre os patriotas que conscientemente estão dedicados ao princípio do sistema de crédito, como era o presidente Franklin Roosevelt, e as inclinações traidoras de uma Wall Street controlada pelos britânicos e seus cães de guarda, como nos casos particularmente virulentos dos presidentes Bush (ambos) e Barack Obama.

Sem um retorno brusco e rápido dos EUA à Lei Glass-Steagall original, não há possibilidade, nos EUA ou em outras regiões do setor transatlântico, de evitar o acelerado colapso hiper-inflacionário atual de todo o sistema transatlântico. Além disso, o setor asiático não conseguiria sobreviver a um colapso geral do sistema transatlântico.

A atual pandemia verde

A ameaça de uma quebra do sistema mundial não pode ser evitada sem uma derrota imposta sobre o império britânico, sua atual monarquia e seus atuais cúmplices. Há dois fatores decisivos a serem levados em conta para isso.

Primeiro, há questões da ciência física. Entre os fatores intimamente relacionados temos a “doença verde” chamada de “ambientalismo”. Sem um abandono imediato dos efeitos inerentemente hiper-inflacionários das práticas chamadas ecológicas, a sobrevivência da civilização transatlântica está predestinada a um colapso precoce muito pior do que aquele que a Europa sofreu na “Nova Idade das Trevas” do século 14. Isto implica a demissão necessária e mais ou menos imediata do fantoche britânico conhecido como presidente Barack Obama, por meio da Seção 4 da Emenda 25 da constituição federal dos EUA. Se isto não ocorrer, uma existência continuada dos EUA não é possível, significando um colapso inevitável da região transatlântica como um todo.

Em segundo, a vida na Terra atualmente está ameaçada de extinção potencial pelos efeitos presentemente acelerados dos aumentos previstos na frequencia de grandes vulcões (8 ou mais) e terremotos, além das alterações mortais nos padrões climáticos do planeta, especialmente nas regiões chamadas de “borda de fogo”, mas se espalhando mais longe. Embora existam meios para prever tais catástrofes sísmicas num grau significativo, não há nas Américas ou na Europa deste lado da Rússia ou Ucrânia um esforço de grupo capaz de adoptar tais medidas.

No último aspecto da situação, nós já temos meios suficientemente confiáveis para garantir previsões relativamente muito seguras para permitir aos governos agir e salvar um grande número de vidas humanas; mas os fanáticos “ambientalistas” do tipo da atual monarquia britânica têm liderado a sabotagem até daquelas capacidades de previsão que poderiam ser ativadas. Entrementes, esses fenômenos catastróficos e o mau tempo extremo relacionado podem ser anticipados por um período considerável de anos no futuro.

É notável que o caso britânico e outros comparáveis de hostilidade à sanidade nesses assuntos seja um reflexo da tradição profundamente arraigada do princípio oligárquico do lendário Zeus olímpico. Somente o “fogo prometéico” da ciência nuclear e termonuclear e das explorações espaciais poderia fornecer os meios competentes para dirigir a resistência humana a essas plausíveis ameaças físicas à existência continuada da vida humana neste planeta. A vida humana, que se indica ter existido neste planeta por apenas 2 a 3 milhões de anos, está agora ameaçada por certos padrões repetitivos, como o ciclo galáctico de 62 milhões de anos, mas mais asseguradamente, por uma tolerância continuada de indiferença “verde” às realidades cósmicas da crise atual, representadas por padrões inerentemente previsíveis de grandes terremotos, vulcões e aqueles padrões esperados de formas extraordinariamente violentas de clima, atribuíveis a fatores sísmicos.

Precisamos levar ativamente em conta, e com prioridade muito alta, que nossa resistência aos efeitos desses grandes eventos sísmicos e outros relacionados depende de um aumento muito intenso na produtividade da economia física das populações nacionais, per capita e por quilômetro quadrado, para assegurar a correção do que, caso contrário, será uma perda líquida catastrófica. Isto significa cancelar virtualmente toda a chamada “agenda verde” e, globalmente, simplesmente ter o poder necessário para defender a humanidade dos efeitos desse “clima” tão excepcionalmente mau. "Verde" agora debe ficar classificado como uma forma de doença mental, fatal e ameaçante. Precisamos de uma taxa de aumento muito rápida de densidade energética efetiva, per capita e por quilômetro quadrado, um efeito motivado, em princípio, pelo espírito com que os EUA, sob a liderança do presidente Franklin Roosevelt, liderou a 2ª Guerra Mundial.

Toda a agenda de Obama e agendas semelhantes devem ser canceladas e prontamente revertidas por padrões de planos científicos como se fossem um tipo de recrutamento forçado.

Isto significa uma mobilização global pelos estados nacionais e entre si.

Assim, a restauração da Lei Glass-Steagall nos EUA levará à bancarrota muito da atual acumulação do componente sem valor e puramente especulativo de riqueza monetária apenas fictícia.

Entretanto, isto também significa acabar com as acumulações de capital fictício, como um meio para mobilizar um aumento geral e vigoroso na produtividade e emprego per capita, com ajuda de uma ênfase muito pesada na infra-estrutura econômica básica e de alto valor, algo como a mobilização da administração de Franklin Roosevelt para a 2ª Guerra Mundial.

Portanto, a bancarrota da bolha monetarista britânica é, em primeiro lugar, inevitável em qualquer caso. Adiar o colapso dessa bolha seria a pior opção, que não poderia ser tolerada pela humanidade nas condições desse tempo de crise. A eliminação completa dos sistemas monetaristas de especulação é indispensável.

A reforma dos sistemas financeiros das nações precisa ser acompanhada por uma taxa fixa de câmbio, um sistema de cooperação aproximadamente planetário entre os respectivos estados nacionais soberanos dentro do sistema de cooperação. Isso requer uma mudança de sistemas monetários para um sistema global de crédito do tipo definido pelos requisitos de investimentos físicos globais que supram “plataformas” de economia física, das quais dependem o surgimento e manutenção de rápidos aumentos na produtividade per capita e por quilômetro quadrado para todo planeta.

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