O seguinte é uma tradução de material originalmente publicado na edição de 22 de Outubro de 2021 da Executive Intelligence Review.
LaRouche Expôs Fascismo ‘Schachtiano’. É por Isso que o Tentaram Matar, em Outubro de 1986
O seguinte é a transcrição editada de uma apresentação de Harley Schlanger (representante do movimento LaRouche) ao evento do Projeto Manhattan, que teve lugar a 9 de Outubro de 2021, e foi organizado pela Organização LaRouche. O presente artigo inclui a transcrição de um excerto do debate histórico de Dezembro de 1971 entre Lyndon LaRouche e Abba Lerner, o proeminente economista keynesiano.
Encontramo-nos no seio de um vertiginoso turbilhão de eventos, suficientemente estonteante para baralhar até as pessoas sóbrias. Não há outra forma de o pôr: estamos perante um colapso sistémico. Pode-se tentar olhar para diferentes setores, para o que está a acontecer aqui e ali, mas, quando se toma o cenário pela sua totalidade, está-se naquilo que Lyndon LaRouche descreveu como um colapso sistémico.
A afetar a economia, há inflação, falhas de eletricidade, quebras na cadeia de abastecimento. E, depois, temos um (continuamente mais visível e acelerado) colapso em infraestrutura. A energia é uma das áreas afetadas, e não é que esteja meramente a colapsar, mas sim que está a ser deliberadamente feita colapsar, sob a égide do New Deal Verde. A ideia de que o clima está a mudar para pior porque estamos a tentar produzir suficiente eletricidade para cuidar das 8 biliões de pessoas no planeta, é simplesmente insana. As estradas precisam de reparação, as pontes estão a colapsar. O setor de saúde pública foi severamente prejudicado por via de subfinanciamento e privatização, e isto foi tornado bem patente com a pandemia de COVID: não tivemos suficientes capacidades de saúde para prestar cuidados às pessoas. Está tudo a colapsar.
E, por acréscimo, junte-se o perigo de guerra. Apenas um exemplo. Nos últimos poucos dias, o Wall Street Journal reportou que os Estados Unidos enviaram cerca de duas dúzias de forças especiais para Taiwan, para o treino de forças militares. Isto foi reportado imediatamente depois de Joe Biden e Xi Jinping terem tido uma conversa, na qual Biden reafirmou a política tradicional dos EUA para com Taiwan, que é a de que há uma China, da qual Taiwan faz parte. Porque é que estamos a colocar militares em Taiwan se reconhecemos que a ilha faz parte da China? Suponha-se que, um dia destes, ouvíamos dizer que o Exército de Libertação Popular da China estava a treinar unidades no Texas, ou no Estado de Washington? Portanto, num dia, Biden reafirma a política de Uma China e, no dia a seguir, ouvimos dizer que, na verdade, está a preparar uma mudança de regime com forças militares lá. E, claro, os chineses estão justamente preocupados, e a apontar que, num certo sentido, isto representa uma invasão.
Junte-se a isto o pacto AUKUS: o recentemente anunciado pacto militar Austrália-Reino Unido-EUA, que representa uma forma de NATO asiática, o pivô para a Ásia. Tudo isto expressa uma ofensiva pré-guerra à China, levada a cabo com base na ideia de que os EUA podem, de algum modo, conter a segunda maior economia do mundo, e a maior plataforma populacional na Terra, pela colocação de forças militares no Pacífico.
Exigir Pobreza para o Planeta
O que também tem vindo a ser exposto é aquilo que é um problema moral e intelectual: indiferença depravada. Os Estados Unidos estão a conduzir políticas que estão a matar crianças na Síria, no Iémen. O Programa Mundial de Alimentos tem vindo a reportar que 4 milhões de crianças afegãs podem vir a morrer de desnutrição ao longo deste Inverno. Onde está a indignação sobre isto? Porque é que não estamos a mobilizar as forças e os bens que são necessários para a proteção de populações? Isto para não mencionar o Haiti, que nem sequer está longe dos Estados Unidos. É a este país, que foi devastado por desastres naturais e por interferências externas, que temos vindo a virar as nossas costas.
E, depois, há o espetáculo do Congresso dos EUA a fingir lidar com problemas, e nem sequer vou entrar nisso… E, por fim, as massivas doses de desinformação a que somos expostos. As narrativas mentirosas que estão a inundar os média impressos e visuais e, ainda, pura e simples censura. É agora dito que a Google vai limitar o que pode ser dito, nas suas plataformas, sobre alterações climáticas. Dentro em breve, vão estar a censurar quem quer que argumente que a ciência das alterações climáticas antropogénicas é uma fraude.
Tudo isto é um prelúdio para a próxima fase da destruição das economias ocidentais, fase essa que foi anunciada por Klaus Schwab (diretor do Fórum Económico Mundial, o grupo de Davos), num livro intitulado “Capitalismo de Stakeholders: Uma Economia Global que Trabalhe em Prol do Progresso, das Pessoas, e do Planeta.” Aqui está uma citação que vos dá uma noção do propósito que Davos espera concretizar, com o Grande Reinício e o New Deal Verde. Quando ataca a ideia de construção de infraestrutura em Etiópia, Schwab escreve:
Isto revela o dilema central da luta contra as alterações climáticas. A mesma força que ajuda as pessoas a escapar da pobreza, e a usufruir de uma vida decente, é a força que está a destruir a capacidade do nosso planeta para albergar gerações futuras. As emissões que levam a alterações climáticas não são meramente o resultado de uma geração egoísta de industrialistas, ou de baby boomers ocidentais, são também a consequência do desejo de criar um melhor futuro para si próprio.
Schwab está a argumentar que, aquilo que está a condenar o planeta, é a tentativa, das pessoas nos países pobres, ou até nos países mais prósperos, de criar um futuro melhor, para si próprios e para as suas famílias! Isto é o tipo de falsa argumentação académica que consiste em nada mais que vulgares mentiras, articuladas de modo tal a defender aquilo que é, na verdade, uma política fascista de depopulação. As métricas de “capitalismo de stakeholders” de Schwab foram elaboradas para determinar se uma qualquer empresa (uma fábrica, uma quinta, um lar, uma escola) merece crédito, com base na sua pegada de carbono. Isto é um modelo para o desmantelamento ainda mais agravado da indústria moderna e, da agricultura moderna.
Helga Zepp-LaRouche, na discussão que levou a cabo sobre este tema no seu webcast semanal, fez um comentário muito importante:
Isto é fascismo; não menos do que o era com os nazis. A atual política verde é insana. É fascismo com uma face verde. Se não for revertida, levará a resultados catastróficos… temos de o dizer clara e abertamente em público.
Esta sempre foi a política do movimento LaRouche: dizer a verdade, falar intrepidamente. Metemos um bigode de Hitler em Obama para descrever o seu alegado Obamacare, que estava elaborado para limitar os cuidados de saúde prestados, e não para prestar mais cuidados às pessoas. LaRouche foi injuriado como extremista por fazer estes comentários verdadeiros. E, da mesma forma, nos 1970s, LaRouche, ao invés de ter direito a uma avaliação honesta das suas afirmações, foi identificado e caluniado como extremista, e marcado para eliminação. Vamos agora olhar para este processo de porque é que Lyndon LaRouche foi tornado num alvo para esta rede de interesses.
New Deal Verde Condenado a Falhar
Porém, antes de continuar, quero fazer o seguinte ponto. Há tremenda resistência a isto por parte do povo estadunidense, por parte de pessoas na Europa, por parte de pessoas no mundo em vias de desenvolvimento e, em especial, de países importantes como Rússia, China e Índia. O Ministro da Energia indiano, ao falar pelos países mais pobres, disse, “As pessoas querem desenvolvimento; não podem negar-nos isso”.
Num certo sentido, Schwab estava a ecoar aquilo que foi dito numa conferência recente em Milão por Greta Thunberg, que disse que a causa do problema atual era a revolução industrial. Precisamos de voltar às economias como existiam antes da revolução industrial. Isto é algo que resultaria em vasta redução populacional. E, pretendem concretizar isto através de uma reorganização fascista imposta top-down.
Portanto, a ideia de que LaRouche é extremo? Não! Ele é preciso, identificou a verdadeira natureza de fascismo, e foi presciente.
O trabalho de Schwab e dos outros é defensivo; isso é algo que as pessoas precisam de compreender. As pessoas pensam que “estas forças são tão poderosas!” Porém, [estas forças estão] num esforço desesperado para reforçar aquilo a que chamam a “ordem baseada em regras”: um sistema unipolar arbitrário onde as políticas são impostas a populações relutantes, em benefício de interesses na City de Londres, em Wall Street, e em Silicon Valley.
O projeto de levar a cabo redução populacional de escala global foi lançado em meados dos anos 60. Vou agora estabelecer um arco de 50 anos, a começar em 1971 e a culminar nos dias de hoje. Vamos dar uma vista de olhos a um segmento especial desse arco—os 15 anos entre 1971 e 1986—para testemunhar a importância pivotal da principal figura de oposição a essa transformação negativa. Essa principal figura de oposição foi Lyndon LaRouche, que manteve esse estatuto até ao dia da sua morte. E, hoje, a Organização LaRouche representa essa oposição ao longo de todo o mundo, e tem vindo a mobilizar-se para prevenir a consolidação deste império fascista global.
‘A Noite em que Vieram Matar-me’
Na semana passada houve o 35º aniversário da “Grande Rusga de Leesburg”. Isto é algo com que, creio, as pessoas ficariam chocadas. Pelo menos dada a quantidade de pessoas que ficaram chocadas com a pesada mobilização do FBI, por Robert Mueller, contra Roger Stone. A rusga à casa de Stone, por 26-30 agentes armados do FBI, acompanhados de câmeras noticiosas, a perturbarem o bairro, a esposa de Stone, a família de Stone. E porquê? Por uma mentira que foi urdida sob o Russiagate. Isso foi considerado tratamento pesado.
Bom, o que aconteceu a 6 de Outubro de 1986 foi muito mais pesado. Havia 400 agentes: FBI, polícia estadual e local. Havia um helicóptero a sobrevoar a cena. Havia jipes. Havia veículos blindados de transporte… Isto foi a taskforce “Apanhem LaRouche” (“Get LaRouche”) que foi organizada por oligarcas de topo nos Estados Unidos: John Train, um financeiro de Wall Street; a trabalhar com pessoas como Henry Kissinger; a trabalhar com um FBI dirigido por William Weld, que mais tarde veio a tornar-se no Governador do Massachusetts, e a criar a lei original para aquilo que viria a tornar-se no Obamacare. Um dos agentes da taskforce “Apanhem LaRouche”, que dirigiu o caso contra LaRouche em Boston, era nada menos que Robert Mueller.
LaRouche explica porque é que isto aconteceu, e quero dar-vos uma ideia do quão absurda a situação foi. LaRouche descreveu toda a situação num artigo que escreveu, “A Noite em que Vieram Matar-me”. O que LaRouche disse no artigo foi que as razões subjacentes aos esforços para o silenciar residiam em “três questões profundamente interligadas”. A razão essencial, disse ele, é “a minha luta contra o esforço de certos economistas liberais… de colocar o mundo como um todo sob a égide das políticas de Hjalmar Schacht, o ex-Ministro da Economia nazi”. Vão ouvir mais sobre Hjalmar Schacht em breves momentos. As três razões que LaRouche identificou são:
• A sua “oposição, pró-Roosevelt, à doutrina económica Schachtiana”, que hoje surge na forma do capitalismo de stakeholders de Schwab e da gente de Davos.
• A sua “oposição às doutrinas militares chamadas utopianas associadas ao ‘homem-besta’ Dick Cheney”. Isto é aquilo que vimos com as guerras de mudança de regime, com o uso de força avassaladora, sob a doutrina de “shock and awe”, para destruir países e forçá-los a submeterem-se às exigências da ordem unipolar.
• A sua “intenção de reverter o absurdo da espiral descendente dos EUA ao longo dos últimos 40 anos, ao longo da qual o país deixa de ser a maior nação produtora no mundo, para se tornar naquilo que é hoje, um caos predatório de pão e circo ‘pós-industrial’ ao estilo do Império Romano”.
LaRouche era muito proeminente durante todo o período que culmina com a purga de 1986. Essa é uma proeminência que LaRouche começa por adquirir em 1976, com a sua transmissão nacional de meia hora na Véspera da Eleição, quando identificou Jimmy Carter como fantoche da Comissão Trilateral, e foi atrás das políticas de Zbigniew Brzezinski, Conselheiro de Segurança Nacional de Carter, que viria a provocar os russos a invadir o Afeganistão e, dessa forma, deu início à guerra incessante de 40 anos contra o povo afegão. Porém, LaRouche também se tornou muito bem conhecido pela sua denúncia da Comissão Trilateral, ou ainda do Projeto dos 1980s [“1980s Project”, do Conselho de Relações Internacionais], que incluiu Paul Volcker, George Shultz, e outros, que estavam comprometidos com aquilo a que denominaram de “desintegração controlada” das economias ocidentais. E, esse é o processo que tem estado em decurso da administração Carter em diante. LaRouche também desempenhou um papel central na identificação das forças por detrás da ofensiva terrorista dessa altura, com a mobilização de terroristas pela NATO, pela CIA, incluindo a Operação Gladio, que estava a desfazer a Europa nos 1980s.
Em 1986, quando Olof Palme, Primeiro-Ministro da Suécia, foi assassinado, a NBC News e a Liga Anti-Difamação (Anti-Defamation League) alegaram que Lyndon LaRouche era o autor desse assassinato. Foi mais tarde descoberto que esta calúnia foi originada pela Stasi, o serviço de inteligência da Alemanha de Leste comunista. Porém, os média dos Estados Unidos reportaram em peso que LaRouche e os seus associados eram responsáveis pelo assassinato de Palme.
Também em Março de 1986, numa eleição no Illinois, dois associados de LaRouche ganham nomeações estaduais para candidaturas, pelo Partido Democrata, a Governador-Adjunto e a Secretário de Estado. As sondagens mostravam que o movimento LaRouche estava a ganhar força ao longo dos Estados Unidos. E, foi nesse momento que a rusga foi conduzida.
Expôs Fascismo Schachtiano em 1971
Porém, temos de recuar ainda um pouco mais no tempo para perceber porque é que LaRouche era visto como uma tal ameaça. Olhe-se para o que Lyndon LaRouche fez, num debate muito famoso com um economista chamado Abba Lerner, que era um Social Democrata liberal de esquerda. Lerner era considerado adequado para contrariar Lyndon LaRouche, em prol de um grupo de economistas cuja dominância vinha a ser ameaçada pela crescente hegemonia de LaRouche junto dos estudantes universitários estadunidenses.
A razão pela qual LaRouche estava a ganhar esta hegemonia era porque tinha prognosticado o que mais ninguém tinha, i.e., que havia um esforço deliberado para desmantelar o sistema de Bretton Woods. LaRouche fez uma agora famosa projeção, a de que viria a haver um descarte desse [sistema], algo que veio de fato a acontecer, a 15 de Agosto de 1971, quando Nixon foi convencido a dissociar o dólar da reserva de ouro e, a estabelecer o sistema de câmbios flutuantes, que tivemos desde aí até ao momento presente. Lerner era um liberal proeminente que foi mobilizado para contrariar LaRouche. Este excerto de vídeo desse debate [que teve lugar a 2 de Dezembro de 1971, em Queens College, Nova Iorque—ed.] dar-vos-á um senso da substância do debate. No excerto, LaRouche explica porque é que a abordagem de Lerner (que é também a abordagem dos neoliberais hoje) levará, ultimamente, a fascismo.
Lyndon LaRouche (vídeo). O problema com Keynes, e aquilo que o Professor Lerner não parece alcançar, é que, no curso normal dos eventos, o ensino de economia nas universidades tem mais a ver com a prática de um sacerdócio que com a realidade. É simplesmente algo que se aprende. Não é algo que se use por aí além nos negócios. Com efeito, a larga maioria dos economistas de negócios, ou a maior parte daqueles que praticam economia em negócios, não têm formação em economia, mas sim em, tipicamente, engenharia industrial, ou outros tipos de formação.
Porém, e no curso da crise, estas abstrações (que são os temas sacerdotais da educação em economia, e que é preciso aprender para passar o curso, primariamente), tornam-se algo mais que abstrações. Tornam-se algo relacionado com políticas concretas que afetam as vidas das pessoas. E, têm consequências para as pessoas. E, assim, pessoas que estão demasiado divorciadas da realidade, e que vêm estas abstrações apenas como brinquedos intelectuais inocentes, não têm suficiente alcance do concretismo brutal a que estas abstrações por vezes levam, na prática.
E, portanto, uma vez que o que está em causa são as vidas e o bem-estar de milhões de pessoas, até biliões de pessoas, esse erro no domínio da abstração não é um erro intelectual. Pode ser um crime sangrento contra a Humanidade. Um professor que diz, inocentemente, “A economia, do meu ponto de vista, seria melhor organizada se certos arranjos administrativos fossem feitos”, não pensa de modo suficientemente consequente no tipo de arranjos administrativos que, no mundo real, permitiriam concretizar essa prática inocente.
O Professor Lerner pode tentar divorciar as suas políticas económicas das políticas do governo do Brasil, e vê-las em abstração e como dissociadas dos eventos de mundo real. Porém, é impossível levar a cabo as políticas económicas que são recomendadas para o Brasil sem criar o tipo de governo que faz com que essas políticas económicas funcionem. Sem isso, seria impossível colocar em prática o tipo de políticas que são recomendadas, as políticas que o Professor Lerner recomendou, políticas clássicas de austeridade para desemprego aumentado. Estas políticas são clássicas no sentido de que são precisamente as políticas de Schacht em 1933 na Alemanha, onde houve o congelamento dos salários para prevenir inflação e aumentar o emprego. O Professor Lerner pode dissociar-se pessoalmente disso, mas o fato é que não é possível que os políticos aceitem os seus conselhos e, ao mesmo tempo, não se envolvam no tipo de governo e no tipo de procedimentos que permitem a concretização dessas abstrações no mundo real.
E, isso tem de ser compreendido, uma vez que a economia já não é um mero divertimento num canto obscuro do clero académico. Hoje em dia, a política económica é aquilo que determina as vidas e as existências quotidianas e as condições de vida das pessoas. A forma de política económica determina o tipo de governo que é necessário para a implementar. E, o único tipo de governo que pode implementar o tipo de política que o Professor Lerner (na melhor das intenções) recomenda, teria de ser, de duas uma, um governo bonapartista ou um governo fascista. [Fim de excerto de vídeo por LaRouche]
Governo Bonapartista-Fascista?
Um “governo bonapartista ou um governo fascista”. A que é que LaRouche se está a referir? Aos tipos de reformas económicas de que Lerner falava, e que hoje são faladas por Schwab e pelos bilionários de Davos e pelos Mark Carneys e pelos Finks da BlackRock. Tais reformas só podem ser implementadas sob uma ditadura de banqueiros centrais, sob a qual o poder é tirado aos governos soberanos, aos estados-nação, aos representantes eleitos, e transferido para as mãos de tecnocratas, de forma similar àquilo que Milton Friedman e George Shultz fizeram, com a imposição da ditadura de Pinochet no Chile. No Chile, usaram uma ditadura militar para implementar a austeridade que, disseram, era necessária para salvar a economia. Por outras palavras, matar pessoas com políticas fascistas.
Para salvar a economia? Não, para salvar os cartéis empresariais. Schacht era um produto dos cartéis e dos consórcios que vieram à existência após a I Guerra Mundial, e após o Tratado de Versailles. Estes empreendimentos incluíam corporações de topo dos EUA, da Grã-Bretanha e da Alemanha, nos setores do aço, da borracha, da energia e da banca. Escolheram Schacht como seu representante. Schacht foi especificamente escolhido por Montagu Norman, diretor do Banco de Inglaterra, e o financiamento afluiu para os cartéis alemães a partir de um banco estadunidense, a Union Bank Corporation de Nova Iorque, que tinha dois estadunidenses muito proeminentes na direção: Roland Harriman da família Harriman, e Prescott Bush, o avô de George W. Bush, e pai de George Herbert Walker Bush.
Estas foram as forças que trabalharam em conjunto para colocar Schacht no governo Hitler. E, foi Schacht quem (e como LaRouche estava a dizer), de modo a colocar em prática estas políticas económicas, desenvolveu a estratégia de trabalhar seres humanos até à morte, nos campos de concentração. Portanto, ainda antes de haverem massacres em massa nas câmaras de gás dos campos de concentração nazis, já estavam a matar pessoas de desnutrição, a trabalhá-las até à morte, em prol destes cartéis empresariais internacionais.
A confirmar a afirmação de LaRouche sobre isto, o próprio Lerner que, no final do debate, disse que “Se a Alemanha tivesse aceite as políticas de Schacht, Hitler não teria sido necessário”. Ouça-se isto outra vez. “Se a Alemanha tivesse aceite as políticas de Schacht, Hitler não teria sido necessário”. Se aceitarem o New Deal Verde e o Grande Reinício, então não vamos precisar de brutos em uniformes paramilitares pretos para vos forçarem a isso.
O Resultado Final: Depopulação
Mas é para aí que nos estamos a dirigir. Estas políticas, as políticas bonapartistas schachtianas inerentes ao New Deal Verde e ao Grande Reinício não estão lá (como Klaus Schwab tão amavelmente afirmou) para libertar pessoas da pobreza, e assim sucessivamente, para criar um mundo melhor. São elaboradas para defender os cartéis empresariais, especialmente em banca e finança. Mas também em seguros, cartéis de matérias-primas, cartéis agroalimentares, grandes farmacêuticas. Os instrumentos que usam, que têm vindo a usar: desregulação e comércio livre; flexibilização quantitativa, a injeção de liquidez de banco central em bancos privados, para lhes garantir dinheiro para perpetuação de dívida insustentável. Isto enquanto trancam as suas próprias fábricas. Estas são políticas radicais de mercado livre, do tipo que foi debatido à altura em que Nixon se mobilizou para acabar com o sistema de Bretton Woods.
Os lucros principescos para as corporações dependem da redução do poder dos governos, de modo tal a que os governos já não consigam regular. De modo tal a que as nações soberanas não possam proteger as suas populações ou os seus sistemas produtivos e, a que todo o poder esteja nas mãos dos cartéis empresariais, através de tribunais e acordos internacionais. De modo tal a que vocês, como cidadãos, não possam recorrer a ninguém para nada. E, se o Grande Reinício avançar, a política económica, incluindo a despesa (não apenas o crédito e o financiamento, mas também a política de despesa), deixará de estar nas mãos de representantes eleitos, e passará a estar nas mãos de tecnocratas que respondem a bancos privados.
Tendo assistido ao recente fiasco à volta da discussão orçamental e do teto de endividamento nos Estados Unidos, vocês podem dizer, “Olha, isso é bom. Não precisamos do Congresso para tratar dessas coisas”. Na verdade, precisamos do Congresso para tratar dessas coisas, mas precisamos de um Congresso melhor. Se tirarem esse poder orçamental dos representantes eleitos, como proposto por Schwab, e como seria implicado pelas políticas de Lerner (isto mesmo foi observado por LaRouche), então tirariam ao povo o poder para proteger e defender o Bem-Estar Geral, que é o Preâmbulo da Constituição dos EUA.
O resultado da implementação das políticas schachtianas à escala global, através da imposição de enorme austeridade (incluindo austeridade energética) seria depopulação em massa. Tal como advogado pelo “Memorando de Estudo de Segurança Nacional 200” (National Security Study Memorandum, NSSM 200) de Henry Kissinger, datado de 10 de Dezembro de 1974 e, contra o qual Lyndon LaRouche se mobilizou, em grande indignação. E, tal como foi exigido, ao longo dos últimos 50 anos, pelo Fundo Monetário Internacional—contra o qual lutámos a cada oportunidade.
Portanto, quando olhamos para esta luta, não faz sentido ser apanhado nos perfis tradicionais de esquerda contra direita, socialista contra capitalista, mercado livre contra governo. Essas oposições são elaboradas para manipular os tolos a envolverem-se em causas que não podem ser ganhas. E, enquanto estão a lutar uns contra os outros, a política de depopulação global simplesmente marcha adiante.
E, esta política é levada a cabo precisamente através dos cartéis empresariais que dominam os governos. É o sistema imperial britânico. A tentativa de nos distanciar de um sistema presidencial estadunidense para algo onde as políticas são determinadas por partidos controlados por interesses especiais. É indiferente em quem votam, uma vez que as ordens de marcha estão a vir de um nível ainda mais acima. É isso que Schwab e Mark Carney e estas pessoas estão a tentar impor. E, o problema deles (o único problema deles) é, como levar as pessoas a aceitar estas políticas?
‘Cancelem a Cultura’ Não Parou LaRouche
A nossa sugestão (e, a razão pela qual estou a fazer esta apresentação hoje), é a de que as pessoas olhem para LaRouche como alguém que foi universalmente vilificado pelos inimigos dos EUA e do Sistema Americano e, que foi marcado para ser morto há 35 anos atrás, a 6 de Outubro de 1986, porque estava a crescer em estatura como figura internacional. E, o nosso movimento estava a crescer, as nossas soluções estavam a pegar. Hoje, as propostas que estávamos a fazer nos 80s e nos 90s emergiram no centro de uma disputa internacional: a Iniciativa do Cinturão e Rota; energia nuclear por oposição a ser um ambientalista. Estas são as batalhas que já nessa altura estávamos a travar. E, hoje, desenvolvimento global está no centro desta questão.
Há uma crescente compreensão de que algo precisa de ser feito, mas de que precisa de surgir no contexto de um programa sério. O fato de que o programa de Lyndon LaRouche foi o mais sério, e potencialmente mais eficaz programa de desenvolvimento nos últimos 50 anos, é atestado pelo esforço que foi empregue em atacá-lo. LaRouche foi o alvo original de “cancelem a cultura”. [Max] Rosenthal, um autor para o Washington Post, creio que em 1978, escreveu um editorial a dizer, “Nenhuma publicação, nenhum jornal, devia alguma vez mencionar o nome ‘Lyndon LaRouche’ a não ser que seja para o atacar”. Isto é um exemplo perfeito daquilo que enfrentamos. E, no entanto, as ideias de LaRouche disseminaram-se e pegaram ao longo do mundo.
E, eu exortaria a que, quando pensarem no que acabaram de ouvir, que vão ao nosso website e que estudem alguns destes relatórios, vejam alguns dos vídeos, leiam alguns dos artigos: como seja, “A Noite em que Vieram Matar-me”, para terem uma ideia do tipo de estadunidense que Lyndon LaRouche era. E, da mesma forma, exorto-vos a que se juntem a nós, à Organização LaRouche, e a que trabalhem connosco para levar a cabo o programa de LaRouche: em prol do futuro do nosso país e, em prol do futuro do mundo.
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Tradução: Rui Miguel Garrido
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