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A transcrição original desta apresentação aparece na edição de 25 de Setembro de 2020 da Executive Intelligence Review.

Dennis Small

O Programa LaRouche para o Planeta: 1,5 biliões de novos empregos produtivos

Esta é a transcrição editada da apresentação de Dennis Small à conferência do Instituto Schiller em 6 de setembro de 2020. Small é o Editor para a Ibero-América na Executive Intelligence Review. Ao texto original da apresentação foram adicionados subtítulos e links incorporados.

Schiller Institute
Dennis Small

Como o título deste painel expressa, Franklin Delano Roosevelt deixou para trás—e, deixou-nos a nós, a todos nós—uma série de trabalhos inacabados. O mesmo é válido para Lyndon LaRouche.

No seu famoso discurso do Estado da União a 6 de janeiro de 1941, FDR falou dos “dias futuros” pelos quais estávamos a lutar, e nos quais quatro liberdades humanas essenciais prevaleceriam—ao longo de todo o mundo. Aqui está o que Roosevelt disse:

Nos dias futuros, que procuramos tornar seguros, perspetivamos um mundo baseado em quatro liberdades humanas essenciais.

A primeira é a liberdade de expressão—onde quer que seja no mundo.

 

A segunda é a liberdade de cada pessoa de adorar a Deus à sua própria maneira—onde quer que seja no mundo.

 

A terceira liberdade é o estar livre de deprivação—o que, traduzido para a realidade global, significa entendimentos económicos que garantirão tempos de paz saudáveis para os habitantes de qualquer nação—onde quer que seja no mundo.

 

A quarta liberdade é o estar livre de medo—o que, traduzido para a realidade global, significa uma redução dos armamentos ao ponto em que, e de uma forma tão completa que, nenhuma nação estará em posição de cometer atos de agressão física contra qualquer dos seus vizinhos—onde quer que seja no mundo.

 

Essa visão não é a visão de um milénio distante. É uma base definitiva para o tipo de mundo que é concretizável no nosso próprio tempo e na nossa própria geração.

Note-se que FDR insistiu que esta missão era “concretizável no nosso próprio tempo e na nossa própria geração”. Era concretizável, mas continua por concretizar. É esta missão de FDR para o futuro que temos agora de abraçar, não apenas para os Estados Unidos, mas para todo o planeta. Esta é a agenda que apresentamos para dar o mote à indispensável cimeira P-5.

A Maior Ameaça Desde a Peste Negra

A Humanidade enfrenta hoje aquela que é provavelmente a maior ameaça desde a Peste Negra do século 14: a possibilidade de guerra entre superpotências nucleares; uma pandemia que continua a sua marcha letal ao longo de todo o planeta; uma implosão financeira que vaporizará $2 quadriliões em papel financeiro sem qualquer valor mais depressa que o que se demora a contar o número de zeros num quadrilião—são 15 zeros, já agora; um colapso económico físico que relegou quase metade da força laboral do planeta a desemprego real; e, ao longo de amplas proporções da população na maior parte dos países, depravação cultural generalizada e psicose em massa—um pouco à semelhança do que aconteceu com os flagelantes e os tolos hedonistas do século 14.

Estamos em pleno colapso sistémico de todo um sistema. Instituições com as quais as pessoas antes contavam deixaram de funcionar. Populações inteiras perderam o norte, e não voltarão a ter sanidade, ou segurança, até que um novo sistema, com novas instituições e com valores que funcionem, seja trazido à existência—ao longo de todo o mundo. Essa é a intenção do Plano LaRouche para 1,5 biliões de novos empregos produtivos para o mundo, enfaticamente incluindo 50 milhões aqui nos Estados Unidos.

A pandemia de COVID-19 não criou esta crise. A pandemia simplesmente colocou a nu aquilo que já lá estava, e que foi conjurado por 50 anos de pilhagem, pelas políticas da City de Londres e de Wall Street. Ainda em 1985, há 35 anos atrás, num artigo intitulado “O Papel da Ciência Económica na Projeção de Pandemias Como uma Característica de Estágios Avançados de Quebra Económica”, Lyndon LaRouche advertia que:

As condições para pandemias economicamente determinadas [estão a ser criadas e precisam de ser revertidas]. Aquilo que nos preocupa mais são os efeitos na saúde humana, à medida que a absorção nutricional per capita cai abaixo de um qualquer mínimo biológico relativo; e também o efeito, sobre as condições de uma população subnutrida, do colapso do saneamento e de outras dimensões relevantes da infraestrutura económica básica.

O Fator do Desemprego

Olhemos para uma das características centrais deste problema—o desemprego, desemprego real. Ao longo dos últimos 50 anos de globalização e livre comércio Britânico, os empregos industriais qualificados no setor avançado foram progressivamente substituídos pela "economia de part-time" e, no Terceiro Mundo, o assim chamado "setor informal" expandiu-se como cancro. De modo geral, estas são pessoas que, na verdade, não produzem nada que seja útil—entregam-se a esquemas para ganhar dinheiro, e para mal subsistir no dia a dia. Quando a pandemia surgiu, todo o castelo de cartas começou a colapsar, e o que as pessoas ingenuamente pensaram ser “emprego” (fazer dinheiro, ao invés de estar envolvido em produção útil), foi rapidamente exposto como desemprego fatual.

Olhe-se para a Figura 1. Estimamos que, hoje, a taxa real de desemprego ao longo de todo o mundo seja de 46%. Isso equivale a 1,6 biliões de seres humanos, numa força laboral global de 3,5 biliões. Em África, a taxa de desemprego é de 65%—e, 50% da população vive na pobreza. O cenário na Ibero-América não é muito melhor; 42% de desempregados. Nos EUA e na Europa, o desemprego real é hoje de cerca de 25%. Na China, porém, é de apenas 4%. A China também reduziu fenomenalmente a sua taxa de pobreza, resgatando 850 milhões de pessoas da pobreza em 40 anos—e, os chineses pretendem resgatar os restantes 30 milhões de pobres até ao final deste ano.

Parece que a China, pelo menos, está a concretizar alguns dos trabalhos inacabados de FDR.

Este massivo desemprego global de 1,5 biliões é o maior dos desperdícios de riqueza e de valor económico real. Porquê?

O que é economia?

Comecemos pela economia. O que é economia? Aqui está uma breve definição, obtida através daquela bela arte conhecida como "procurar no Google":

A gestão apropriada e prudente dos recursos escassos de uma sociedade, família ou indivíduo, com o objetivo de satisfazer as suas necessidades materiais.

Isto é uma jóia, porque contém pelo menos cinco erros científicos grosseiros em apenas 23 palavras: os recursos não são escassos; as finanças nacionais não são o mesmo que um orçamento familiar; satisfazer alegadas “necessidades materiais” é mero hedonismo Benthamita em roupagem aprimorada; e assim por diante. Isto segue de mãos dadas com a definição típica de "emprego", como aquela que é fornecida pelo Professor Oscar Cooley, da Ohio Northern University:

Emprego significa a condição de alguém que está a fazer aquilo que, dadas as circunstâncias, mais deseja fazer. Uma tal pessoa está plenamente empregada.

Bem-vindos àquilo que, em praticamente todas as universidades do mundo, é “Introdução à Economia”.

Compare-se isto com a definição, por LaRouche, de economia física:

A maneira pela qual a espécie humana utiliza a sua característica única, a criatividade, para concretizar a reprodução contínua e bem-sucedida dessa característica no universo físico.

Por outras palavras, em economia física real, a criatividade humana, por si, é tanto o input como o output da função de produção. Como é que se mede isso? Como é que se orientam decisões económicas? LaRouche explica que a sua própria descoberta central, e o seu próprio avanço na ciência Leibniziana da economia física, consiste em ter estabelecido a relação causal entre avanços na criatividade humana (nas ciências físicas como em cultura clássica), e aumentos mensuráveis no que LaRouche denomina de "densidade populacional relativa potencial."

Em Operação Juárez, LaRouche explica que:

A economia é essencialmente um estudo dos princípios por meio dos quais um povo consegue produzir as precondições materiais para a sua própria existência continuada. Esses são os assuntos físico-económicos que são fundamentais; questões monetárias, tais como moeda, crédito, banca, e dívida, são um assunto subordinado.... Logo, tomamos como a nossa primeira medida em ciência económica uma quantidade a que chamamos de densidade populacional relativa potencial.

Se não houver uma suficiente taxa de aumento de criatividade, e nos conseguintes avanços científicos e tecnológicos, então não se conseguirá dar resposta a essas precondições materiais, e a capacidade da sociedade para se desenvolver—como medida pela sua densidade populacional relativa potencial—cairá continuamente mais abaixo dos níveis populacionais reais.

Isto é o que aconteceu ao longo dos últimos 50 anos, desde o fim do sistema de Bretton Woods, de FDR, em 1971. Isto aconteceu porque as claras advertências e as soluções de LaRouche foram ignoradas, e porque LaRouche foi preso injustamente (e, demonizado) em 1989. É por isso que hoje temos uma pandemia, a é por isso quase um milhão de pessoas morreram desnecessariamente—única e somente por essa causa.

Por quanto tempo mais continuará esta insanidade criminosa?

E a coisa não fica por aqui. As políticas “Verdes” do Príncipe Philip—que assumiram controlo sobre muito do mundo, incluindo o Partido Democrata dos EUA—tornarão tudo isto ainda muito pior.

Pela desnuclearização e descarbonização da economia, estas pessoas reduziriam a população humana para cerca de 1,5 biliões de pessoas. E, pela lobotomização da população, pelo uso de drogas, de cultura depravada e entretenimento degradante, e de violência Jacobina radical do tipo a que estamos hoje a assistir em muitas cidades dos Estados Unidos, estas pessoas pretendem erradicar a própria centelha da criatividade humana—a única coisa que pode tirar a Humanidade da beira do abismo.

Uma Saída

É claro que existe uma saída—somos ou não somos humanos?!

Há que lançar uma recuperação global da economia física, pela colocação do atual sistema financeiro sob reorganização de bancarrota, e pela emissão de crédito público para financiar a criação de 1.5 biliões de novos empregos produtivos. Há três meses atrás, o Comité de Ação Política LaRouche publicou um panfleto de 30 páginas, preparado por uma equipa nacional de organizadores do movimento LaRouche (pessoas de Seattle, Houston, Detroit, e Virginia), a detalhar como é que tudo isto pode ser feito. Aqui está um esboço geral das nossas propostas, para elaboração mais aprofundada.

Uma vez que estamos a enfrentar uma pandemia, começamos com um programa-relâmpago para criar um sistema global de saúde (consistindo em capacidade nacionais viáveis em cada país no mundo), para colocar um fim à pandemia de COVID-19. É necessário retornar os Estados Unidos ao standard de 4,5 leitos hospitalares por cada mil residentes, standard este que foi estabelecido pela lei Hill-Burton de 1946 (desde então, os EUA decaíram para 2,8). Ao mesmo tempo, há que ascender o mundo subdesenvolvido (no qual a maior parte dos países estão a uma média de menos de 1 leito por cada mil) a um standard equivalente. Isto exigirá mais de 600.000 novos leitos hospitalares nos EUA, e uns bons 10 milhões ao longo de todo o mundo. Concretizar estes propósitos implicará a construção em massa de novas instalações hospitalares, abastecimentos adequados de ventiladores e outros equipamentos, a expansão dos staffs, com médicos, enfermeiras, e assim sucessivamente.

Isto é um desafio avassalador, mas pode ser concretizado através de um projeto-relâmpago global, no qual as nações mais desenvolvidas ajudam a fornecer brigadas de engenharia para se juntarem às capacidades locais em países mais pobres—e, no processo, treinar milhões de trabalhadores. Tudo isto, é claro, enquanto desenvolvemos, o mais depressa que possível, e com cooperação internacional, uma vacina que afete seriamente as capacidades de reprodução desta pandemia.

A Rede da Ponte Terrestre Global
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Saúde, Eletricidade, Água e Ferrovias

Só na saúde, estamos a falar de cerca de 6 milhões de novos empregos nos EUA, e de 100 milhões globalmente. Isto são empregos diretos. A infraestrutura de saúde, porém, não é independente do resto. Não se faz despontar um hospital novo em folha no meio do deserto ou, para esse efeito, de uma favela urbana, sem água e eletricidade. Os requisitos de eletricidade para os novos hospitais estão nos 100 gigawatts, globalmente. Porém, mais de 1 bilião de pessoas não têm hoje qualquer acesso a eletricidade, pelo que dar resposta a esses requisitos empregará outros 10 milhões de pessoas. A energia nuclear (fissão, primeiro, e fusão, depois) tem de ser o foco da atenção mundial para atender a essas necessidades, como discutimos ontem no Painel 2.

A água doce é outro aspeto infraestrutural vital. A TVA de FDR é um modelo para tais projetos, que incluem a NAWAPA para a América do Norte e o Trans-Aqua para África—que, só por si, criarão uns 5 milhões de novos empregos, de entre os 20 milhões que tais projetos de água criarão diretamente ao longo de todo o mundo.

E também, ferrovias. Em especial, ferrovias de alta velocidade e ferrovias maglev, para servirem de coluna dorsal a corredores industriais a abranger o globo, como Lyndon LaRouche longamente enfatizou. A China construiu mais ferrovias de alta velocidade que o resto do mundo combinado; em Agosto de 2020, já tinham 36.000 km. Os chineses pretendem duplicar esse número até 2035. Nos EUA, temos exatamente zero quilómetros de ferrovia de alta velocidade. A China também desempenhou o papel central na extensão de linhas ferroviárias ao longo da Ásia até à Europa, e também até África, onde estão a dar início a este processo como parte da sua Nova Rota da Seda.

Os EUA precisam de construir cerca de 64.000 km de ferrovias eletrificadas de via dupla; e, os requisitos ferroviários globais são de cerca de 320.000 km. Estas ferrovias devem ser ligadas entre si por grandes projetos, tais como um túnel do estreito de Bering, a ligar o Alasca e a Rússia; uma ligação Região de Darién, a conetar a América do Sul às Américas Central e do Norte; uma ponte Sacalina a unir o Japão e a Rússia; um túnel de Gibraltar, a ir de Espanha a África; o Canal Kra, na Tailândia, para reduzir enormemente o congestionamento e o tempo de transporte no Estreito de Malaca; e assim sucessivamente. Estimamos que isto gerará diretamente 1 milhão de novos empregos produtivos nos EUA, e 5 milhões em todo o mundo.

Agregando apenas essas grandes áreas de projetos infraestruturais, estaremos a criar diretamente 15 milhões de novos empregos para os EUA e 135 milhões para o mundo. Porém, estes são apenas os empregos diretos. O número total de empregos indiretos que serão criados será muito maior, de 4 a 10 vezes mais. Para além do mais, projetos infraestruturais, tais como a Nova Rota da Seda, da China, ou a comparável Ponte Terrestre Global, de LaRouche, produzem produtividade; logo, o poder agregado da economia e da força laboral será dramaticamente aumentado, de uma maneira que desafia quaisquer simples medidas matemáticas.

Transicionar as Proporções Internas da Força Laboral

O que podemos dizer é que as proporções internas da força laboral serão dramaticamente transicionadas durante a próxima geração, na direção de pleno emprego em atividade produtiva.

O desemprego cairá para cerca de 2%; 50% da força laboral estará envolvida em atividade industrial na produção de bens; e, uns 5% adicionais estarão na categoria essencial de atividades de I&D. Como debatemos no excitante Painel 2 de ontem, fusão e exploração espacial estão entre as principais fronteiras para as décadas vindouras.

Esta procura ininterrupta por princípios físicos universais é o verdadeiro motor científico de um programa de recuperação global. E esta é provavelmente a área mais saliente para cooperação potencial entre Estados Unidos, China, Rússia, Índia, e outras nações com capacidades espaciais.

Nada disto pode ser feito por um único país isolado. A China é o parceiro decisivo para os EUA em muitos destes empreendimentos; por exemplo, na construção de uma rede de linhas ferroviárias de alta velocidade. Porém, também não é possível concretizar uma recuperação global sem os Estados Unidos. Os 50 milhões de novos empregos produtivos a serem criados nos EUA podem ser apenas uma pequena fração, 3%, do total mundial de 1,5 biliões; porém, é a fração decisiva, tanto em termos de economia física como politicamente.

Os EUA e os Chineses não podem ser mutuamente desacoplados—pelo menos se quisermos que o mundo sobreviva. Trabalhando juntos, podemos lançar-nos para concretizar finalmente os trabalhos inacabados de FDR.

E é também por isto, senhoras e senhores, que a total exoneração de Lyndon LaRouche, e das suas ideias, é a chave para a recuperação global. Muito obrigado.

Para informação, perguntas ou comentários,
por favor escreva para
preguntas@larouchepub.com
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