Textos de Lyndon LaRouche

Terror jacobino visa Washington

Texto divulgado em 24 de agosto de 2001.

Todos os relatos de fontes confiáveis indicam que o movimento terrorista internacional que surgiu em Seattle, se mobilizou em Porto Alegre e deflagrou a violência sangrenta em Gênova, visa agora a capital dos EUA, Washington. É extremamente importante que os trabalhadores organizados do país, que permitiram que suas organizações fossem tomadas de simpatia pelas gangues terroristas, se desliguem abertamente das ações já em preparo para os tumultos terroristas que agora visam a capital federal e áreas adjacentes.

Dois elementos principais devem ser apontados nessa nova onda de terrorismo internacional. Primeiro, o núcleo dos organizadores dessas ações representa a quarta geração da série que surgiu, como movimento organizado de terrorismo internacional, em meados dos anos 60, atualizando-se nas agitações antinucleares dos anos 70 e na onda terrorista de meados dos anos 80. Como demonstram o caso do filósofo italiano Antonio Negri e o papel da organização terrorista basca ETA, não há descontinuidade no núcleo-líder das forças terroristas, desde sua explosão contra a guerra no Vietnã, no final dos anos 60, até hoje.

Segundo, para compreender propriamente o alto nível de controle e apoio a essas ações terroristas, mesmo em altíssimos círculos governamentais, devemos voltar o nosso pensamento ao Terror Jacobino inicialmente deflagrado de Londres por Jeremy Bentham, em julho de 1789. Para a presente ocasião, estudar alguns fatos bem documentados da História real, em lugar dos contos de fadas habituais dos livros-textos universitários, será bastante útil para ajudar as autoridades a defender a segurança de Washington e arredores.

Por que a Bastilha foi invadida

Com a vitória das forças estadunidenses e francesas sobre a monarquia britânica, na Guerra de Independência dos EUA, o perigo mais temido por Londres e seus simpatizan- tes anti-republicanos na França, como os fisiocratas e o duque de Orleans, era o de que a França adotasse uma reforma constitucional na sua monarquia, baseada nos princípios expressos pela Declaração de Independência dos EUA e pelo Preâmbulo da sua Constituição Federal de 1787. A orquestração da tomada da Bastilha, a 14 de julho de 1789, foi o estopim para o golpe de Estado que suprimiu a Constituição adotada sob a liderança do marquês de Lafayette e Jean Sylvain Bailly. Na ocasião, os únicos prisioneiros restantes na Bastilha eram alguns doentes mentais esperando transferência para instituições adequadas. A multidão que se reuniu à frente da Bastilha foi organizada e armada pelo antigo adversário de Benjamin Franklin, o duque de Orleans, como parte da campanha política para pressionara nomeação do banqueiro suíço Jacques Necker, ex-ministro das Finanças da França, fosse designado primeiro-ministro.

Por ordem dos representantes do complô do duque, o comandante da Bastilha disparou sobre a multidão organizada pelo mesmo duque. A seguir, os guardas se renderam, confiantes em que, já que eram instrumentos do duque, este velava pela segurança deles. Porém, para silenciar suas línguas, a multidão cortoulhes as cabeças. Em seguida, a multidão prosseguiu, carregando as cabeças dos guardas espetadas em lanças e um busto de Necker.

Bailly, um dos líderes pró-Constituição, foi morto por iniciativa do terrorista Jean-Paul Marat, que, juntamente com o terrorista Danton, fora abrigado e treinado em Londres por Bentham, que dirigia o Ministério do Exterior britânico, sendo depois despachado para a França para implementar as políticas do comitê secreto" da chancelaria britânica. Lafayette foi enviado à prisão austríaca de Olmutz, por ordem de Londres. A esperança de uma França com a duradoura qualidade de uma Constituição republicana, a partir daquela rascunhada sob a liderança de Bailly e Lafayette, teve que esperar a derrota de Napoleão Ill e as notáveis conquistas subseqüentes da Constituição da Quinta República do presidente Charles de Gaulle.

O papel da monarquia britânica e seus fisiocraas franceses e outros cúmplices na orquestração da crise francesa de 1783-94 tem muitos precedentes históricos, desde o papel infame do culto a Dionísio, em tempos remotos. Também não deve ser esquecida a forma como as guerras balcânicas foram orquestradas para deflagrar a I Guerra Mundial, ou como a guerra irregular foi usada pela OTAN contra a URSS, até o desaparecimento do Pacto de Varsóvia. Como enfatizei em 1986, ressaltando a importância do livro A guerra irregular moderna, do professor Friedrich von der Heydte (Biblioteca do Exército, Rio de Janeiro, 1990), um vasto repertório de métodos de "guerra irregular", incluindo assassinatos e o terrorismo supostamente espontâneo são práticas-modelo de 'guerra conduzida por outros meios". Este foi o caso das facetas terroristas dos distúrbios civis dos anos 60, 70, 80 e de novo em Seattle, Gênova e visando agora Washington. Guerra durante um colapso financeiro

O mundo encontra-se atualmente tomado pela maior, mais profunda e mortal crise monetário-financeira desde meados do século 14. Estamos num período no qual as circunstâncias econômicas e correlatas tornaram a idéia da guerra regular moderna uma piada de mau gosto, na qual "guerrinhas" regionais e outras, terrorismo, assassinatos políticos e outras formas de desestabilização representam itens importantes da agenda de muitos planejadores estratégicos. A crise monetário-financeira, em seu avançado estágio atual, leva forças políticas desesperadas a preferir levar a própria Civilização à beira do abismo do que tolerar mudanças nas instituições financeiras e monetárias, o que a atual situação crítica exige.

Os EUA se tornaram uma espécie de potência mundial esfarrapada, mas ainda são um importante poder mundial. Qualquer movimento que aterrorize Washington representaria uma enorme ameaça estratégica à paz mundial, exatamente como o Terror jacobino de 1789-94 levou fatalmente às guerras napoleônicas, que devastaram a Europa até a conclusão do Congresso de Viena, que, por sua vez, semeou as catástrofes posteriores.

Por favor, não sejam mais outros tolos!

A razão pela qual muitos sindicalistas, por exemplo, têm-se permitido bancar os idiotas quanto à continuidade de Seattle em Gênova e aos projetados tumultos terroristas em Washington é a sua aflição com a doença mental conhecida como "assunto único". Refiro-me à mesma insanidade que leva um indivíduo desequilibrado a realizar um assalto terrorista a uma clínica de abortos. Nestes casos, a desordem mental decorre da tolice de não lutar pelas soluções positivas, mas apenas protestar negativamente contra algum aspecto isolado da solução total que precisa ser tomada.

Como tenho enfatizado, em todas as ocasiões relevantes, tanto na ciência física, na economia ou na vida pessoal, a palavra "princípio" nunca deve ser usada para expressar senão o equivalente a um princípio físico universal. A única coisa pela qual realmente vale a pena lutar é pelo resultado de se ter vivido, e nossa nação ter existido em nossa vida. O importante é que o que nós transmitimos se torne a realidade das gerações vindouras. Na contribuição que fizermos para isto está a nossa verdadeira identidade pessoal, nosso único tema fundamental de princípio universal.

A mais depravada de todas as políticas de "assunto único" e outras táticas é a prática desmiolada de fazer uma aliança com o próprio diabo, se este fizer algo desagradável a alguém que identifiquemos como o inimigo do momento. Eu mencio- nei os sindicalistas apenas para ilustrar o ponto que pode ser vislumbrado em várias outras partes da sociedade. Algus sindicalistas racionalizam a sua tolerância dos terroristas com base num argumento que é mais ou menos o seguinte:

1. 0 NAFTA e outras formas de globalização estão roubando os empregos e a renda dos trabalhadores estadunidenses.

2.Os terroristas que emergiram em Seattle, na conferência de Teddy Goldsmith em Porto Alegre e nos motins de Gênova, "dizem que lutam contra a globalização".

3. Aqueles terroristas fazem parte de um movimento muito grande e poderoso.

4. Portanto, nós devemos simpatizar com eles e até mesmo apoiar o trabalho do nosso sindicato com eles.

Fato 1: O mais apaixonado apoiador do NAFTA dentro da liderança do Partido Democrata era o mesmo vice-presidente Al Gore que atacou violentamente o primeiro-ministro da Malásia, Mahathir bin Mohamad, em Kuala Lumpur, como parte da defesa que Gore faz, tanto do superglobalizante George Soros, como da total globalização do mercado internacional.

Fato 2: Por conseguinte, a (central sindical) AFL-CIO apoiou a pré-candidatura de Al Gore à Presidência dos [DA! Votaram em Gore e ganharam a globalização. Como resultado, poderão perder tudo.

O que os líderes sindicalistas oportunistas estão deixando de ver é que a intenção oculta desses altos círculos que apoiam as manifestações terroristas em Seattle, Gênova e Washington é provocar o estabelecimento de algo como um Estado policial fascista, nos EUA e outros países. Sabemos o que acontece aos interesses sindicalistas, nestas circunstâncias.

O único modelo sensato de comportamento político é adotar uma intenção cujo resultado não seja algo do qual nossos bisnetos se envergonhem, mas de que se orgulhem. Os trabalhadores e outros devem retirar todo apoio ao planejado terrorismo em Washington.




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