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O seguinte é uma tradução de material originalmente publicado na edição de 29 de Outubro de 2021 da Executive Intelligence Review.

Hiperinflação e Depressão: Causa e Cura

por Dennis Small

O seguinte é uma transcição editada da apresentação Dennis Small durante a Conversa à Lareira de 14 de Outubro de 2021, um evento semanal e em direto, organizado pela Organização LaRouche. Este artigo foi preparado por Small a partir da transcrição das suas observações nesse evento.

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Acima, da esquerda para a direita: CC/Chris Yarzab, publicdomainpictures.net, CC/Robbie Morrison. Abaixo: Banco Mundial/Boris Rumenov Balabanov.
Está a haver, ao longo de todo o mundo, uma hiperinflação dos preços das comodidades, tal como de condições de depressão. Nenhuma destas coisas tem qualquer relação que seja com oferta e procura. Aqui mostrado: uma torre de transmissão elétrica na Bulgária, os preços da gasolina em Los Angeles, chips de memória para computadores, e uma barcaça de transporte de carvão, no Reno.

O tema com que pretendo hoje lidar é o da hiperinflação e depressão que estão agora a explodir ao longo do planeta. Pretendo lidar com este tema porque acredito que vai ao fulcro do que subjaz às outras coisas que estão a acontecer em diferentes áreas. Vamos olhar para a causa destes fenómenos, hiperinflação e depressão e, claro, para a cura dos mesmos.

Tenho a certeza de que todos vocês já ouviram a narrativa, na imprensa, de que a causa concreta para inflação são efeitos de “oferta e procura”. Se a oferta cai, ou a procura aumenta, isso, supostamente, leva ao aumento dos preços, e assim sucessivamente. Também podem ler sobre isto em todos os manuais de economia. Podem ir a autores formados em Harvard, e a outros, e eles basicamente dirão que há dois tipos de inflação: há “inflação de oferta” e há “inflação de demanda”. Porém, tudo isto é um monte de nonsense; simplesmente não é verdade.

A situação que estamos agora a enfrentar é muito mais grave que isso. Vamos supor que acordam amanhã e descobrem que já não conseguem tirar dinheiro do terminal bancário. Pensam que é apenas um terminal de esquina que está avariado, e vão ao banco, mas deparam com as portas do banco trancadas. E vão a outro banco, e há polícias à volta do banco, e multidões a agregarem-se. Depois, vão à farmácia para comprar o medicamento de que precisam para a vossa condição cardíaca urgente, ou o medicamento para a alta tensão arterial, ou o que quer que seja, mas a farmácia está fechada, ou então está a fazer racionamento de medicamentos, a racioná-los a pequenas doses. O que acham de uma situação deste tipo, acham que seria preocupante?

Podem pensar que estou a exagerar, e que isto é só uma hipérbole para o que está a acontecer. Mas não, esse não é o caso. Este é precisamente o tipo de situação para o qual nos encaminhamos, neste momento. Vou fazer a análise de uma meia dúzia de situações que aconteceram internacionalmente e acho que, depois de o ter feito, vão perceber que a afirmação que fiz (que corresponde à avaliação que Lyndon LaRouche já há décadas vinha fazendo, para a natureza sistémica desta crise) é, na verdade, muito mais exata que qualquer coisa que outros estejam a dizer. É o reconhecimento desse fato que depois aponta a pessoa na direção de uma solução.

Nada a Ver com Oferta e Procura

Vamos olhar então para um conjunto de situações, e para o que tem estado a acontecer com os preços ao longo de 2021. Estes fenómenos são sempre descontados, nos média, como resultando de “oferta e procura”, e como sendo fenómenos transitórios, como a Fed gosta de dizer. Mas, considerem o seguinte:

• O preço do algodão aumentou 47% ao longo deste ano. Será que isso está a acontecer porque a procura aumentou em 50%? Há assim tantas mais pessoas a quererem t-shirts? Ou, há assim tantas mais pessoas à procura de algodão, para quaisquer outros propósitos?

• O preço de índice dos fertilizantes aumentou ao ponto em que é agora o dobro do que era há um ano atrás; por outras palavras, um aumento de 100%. Será que isso está a acontecer porque, assim de repente, ninguém está a produzir fertilizantes e, portanto, a oferta caiu e o preço duplicou, no espaço de um ano?

• Ou, vamos olhar para a situação da energia nos Estados Unidos e na Europa. O custo do petróleo nos Estados Unidos é hoje 65% mais elevado que no início de 2021. O preço de um barril de petróleo de Brent é agora de $83, o mais elevado em anos.

• O custo do gás natural nos Estados Unidos aumentou ainda mais depressa que o do petróleo, atingindo os 112% este ano. Portanto, estamos a falar de um aumento de 1.5 a 2 vezes, em menos de um ano, para estas fontes energéticas: petróleo e gás natural. Será que isso está a acontecer porque a OPEP deixou de produzir petróleo assim de repente? Será que uma diminuição de 1% na produção de petróleo, pela OPEP (estou a inventar os 1%, não faz muita diferença qual o número real), será que essa queda de 1% no fornecimento levou à duplicação do preço, a um aumento de 100% no preço?

É-nos dito pelos média e pelos políticos que a economia está a recuperar tão rapidamente da pandemia de COVID que a produção está simplesmente a pegar voo em muitas partes do mundo. E isso supostamente explica a duplicação do custo da eletricidade no espaço de um ano? É possível que eles acreditem que somos assim tão tolos? Talvez seja o caso. Na Europa, o custo de um megawatt-hora de eletricidade (estou a trocar unidades, porque os casos exemplificativos que estou a rever são reportados dessa forma, mas acho que dá para ter uma ideia), o custo médio de um megawatt-hora de eletricidade na Europa, em Dezembro do ano passado, foi 43 euros. Em Março deste ano, tinha mais que duplicado, para 100 euros.

E, hoje, em Outubro de 2021, o custo médio de um megawatt-hora de eletricidade na Europa é de 389 euros. Um aumento de 43 para 389 euros em menos de um ano: isso é um aumento de dez vezes! Será que houve um aumento de dez vezes na procura de eletricidade? Será que houve um colapso de dez vezes no abastecimento de eletricidade?

Uma pessoa tem de se perguntar. Afinal de contas, talvez isto não tenha nada a ver com oferta e procura, e com outras histórias de fadas.

O Citybank emitiu uma projeção de qual vai ser o estado das coisas na Europa no final deste ano. Estão a dizer que o custo de um milhão de BTUs (Unidade Térmica Britânica) de energia vai escalar a um nível que pode estar em qualquer ponto entre $30 e $100. Depois, o próprio Citibank faz a conversão: dizem que, se chegarmos aos $100 por milhão de BTUs até ao final deste ano, então isso será o equivalente ao petróleo custar $580 por barril. Hoje, está “apenas” a $83.

Traduzindo isto para situações específicas. Itália: de acordo com relatos nos média italianos, o preço das contas de eletricidade das pessoas vai aumentar tanto quanto 900% pela altura do Natal. Será que isso significa que as pessoas vão estar a consumir 900% mais eletricidade? Poupem-me! Em Espanha, um megawatt-hora de eletricidade aumentou, de 40 euros em 2020, para 200 euros, hoje; um aumento de cinco vezes. A Índia, que usa grandes quantidades de carvão, importa muito desse carvão a partir da Indonésia. O custo de uma tonelada de carvão importada da Indonésia aumentou de $86 por tonelada em Abril de 2021, para $162 por tonelada: duplicou em seis meses! Metade das centrais de carvão na Índia têm, em reserva, um abastecimento de carvão para menos de dois dias. Podem simplesmente ficar sem carvão e parar de produzir eletricidade.

No Líbano, isto já está a acontecer: o apagão libanês. As duas maiores companhias elétricas estatais, que produzem a maioria da eletricidade no país, foram forçadas a fechar. A queda no abastecimento de eletricidade foi tão drástica que estão a estimar que há um perigo imediato à integridade técnica concreta da própria rede. Isto tem tudo a ver com as políticas do FMI e com as políticas bancárias impostas através das políticas do FMI.

Talvez estejam a começar a ter uma ideia de que nada disto é explicado por todas as razões que são oferecidas nos média e nos manuais de economia. Acontece que o custo da energia não é determinado por oferta e procura, nem por inflação de oferta, nem por inflação de procura. O custo da energia é determinado no mercado spot de Amsterdão, que é um mercado spot especulativo. Quando os especuladores saltaram para este mercado, e começaram a especular sobre os preços futuros aos quais poderão vender o seu barril de petróleo, ou o seu kilowatt de eletricidade, ou o que quer que seja, então, como vocês sabem muito bem, aqueles que têm estas comodidades para fornecer, vão agarrar-se às comodidades que possam ter em carteira, uma vez que sabem que o preço vai subir, ao ritmo ditado pelos mercados especulativos.

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O custo do transporte marítimo de mercadorias aumentou dez vezes ao longo do último ano.

Portanto, se têm um mercado especulativo alimentado por incontáveis triliões, ou por 1.7 quadriliões de dólares, isto vai aumentar o preço de tudo, à medida que a orgia especulativa procede. E é por isso que têm, ao longo de todas as áreas, uma situação de enormes aumentos nos preços. Não tem nada a ver com oferta e procura, ou com uma revioração de procura (após a baixa pandémica); nada disso está a acontecer.

Aumento de Dez Vezes nos Custos do Transporte Mercante de Mercadorias

Isso é energia, um setor essencial. Vamos agora olhar para outro setor essencial que afeta tudo o resto na economia (à imagem do que acontece com a própria energia). Tomemos, portanto, o exemplo das mercadorias, do transporte marítimo de mercadorias ao longo do mundo. A unidade básica do transporte mercante é o contentor, algo que é conhecido como um TEU (“a twenty-foot equivalent unit”, uma Unidade equivalente a 20 Pés). Há um ano atrás, o custo do transporte mercante por TEU, dos Estados Unidos para a China, era cerca de $2,000. Hoje, se conseguirem sequer contratar uma destas coisas, o custo vai ser de $20,000. É um aumento de dez vezes num só ano! Será que isto está a acontecer porque, assim de repente, há 90% menos TEUs? Ou, talvez a resposta mais provável seja a de que estes também estão a ser postos de parte, na expetativa de que os preços continuem a subir.

O custo do transporte mercante a partir do Chile, América do Sul, para os Estados Unidos, era, há um ano atrás, de $1,500 por TEU. Hoje, é de $18,000: um aumento de doze vezes.

Agora, considerem-se chips: 90% dos chips eletrónicos que são produzidos no mundo, são-no por uma empresa em Taiwan. Há relatos, em publicações técnicas ligadas ao setor, de que substancialmente mais chips têm sido fornecidos a empresas, que os chips que essas empresas depois fornecem, nos produtos que produzem. Por outras palavras, entra mais do que o que sai. O que é que isso significa? Significa que há gente a açambarcar. Porque é que haveriam de estar a acumular? Porque há especulação sobre os preços dos chips.

O mesmo é verdade em muitas áreas industriais. Um colega nosso no México, que é um engenheiro especializado no campo dos plásticos e dos petroquímicos, disse-nos, estarrecido, que o custo das tubagens de PVC aumentou de 28 pesos, ainda há uns meses atrás, para 60 pesos. Ou seja, mais que duplicou. Também disse que o custo do alumínio é agora quatro vezes maior que há um ano atrás, mas que nem sequer a esse preço pode ser comprado, uma vez que não há alumínio disponível no mercado. E, não há aço disponível. O custo do transporte marítimo da China para o México, e de volta? Duplicou no espaço de um ano. Por essa razão, nem sequer conseguem importar coisas da China.

E, talvez tenham interesse em saber isto, há um mercado spot para o transporte de mercadorias, tal como há um para a energia. As pessoas não vão ali à esquina, ou à mercearia, e dizem: preciso de 6,000 TEUs. Não, é licitado, num mercado especulativo. Este mercado é controlado por três grandes companhias de transporte mercante. E, funciona do mesmo exato modo que todos os mercados de matérias-primas, que não é por oferta e procura: é um mercado spot especulativo, um mercado OTC onde se estabelecem preços sobre bens para entrega futura.

Portanto, suponhamos que adquirem, ou que licitaram para adquirir e mais tarde vos serem entregues, 10,000 TEUs. É inconcebível que aluguem essa capacidade a uns meros 20,000$ a unidade hoje, quando têm toda a razão para acreditar que, daqui a mais três meses, vão conseguir fazer uma fortuna a 30,000$ a unidade. Portanto, vão sonegar essas capacidades do mercado. Logo, o que está a acontecer é um processo especulativo, entranhado, de açambarcamento e escaladas em preços.

Crise Sistémica e Colapso do Dólar

E, no entanto, tudo o que acabámos de descrever não é a causa da crise, uma vez que o que está a acontecer não é realmente inflação de preços. O que vos acabei de descrever não é o que está realmente a acontecer. O que está a acontecer é que há um enorme choque de desvalorização do valor e do poder de compra do dólar. É isso que está realmente a acontecer. O dólar é a unidade de medida, internacionalmente; com a exceção dos países que foram excluídos do mesmo, como a China, ou crescentemente a Rússia, ou outros países, como o Irão e assim sucessivamente.

Porém, e com o dólar a ser a moeda de reserva internacional, quando o dólar já não consegue comprar aquilo que antes conseguia, isso toma a forma de aumentos drásticos nos preços: um aumento de duas vezes, ou de quatro vezes, ou de dez vezes. O que está a acontecer é que o dólar está a ser tornado no papel higiénico usado no qual se tem crescentemente vindo a tornar, ao longo dos últimos 30-40 anos; exatamente como Lyndon LaRouche avisou que viria a acontecer.

É por isso que é muito possível que, uma manhã, possivelmente durante o quarto quadrimestre deste ano, todos nós acordemos para descobrir que já não conseguimos comprar nada. O dólar não vai valer nada. Não vão encontrar nada para comprar. Vão ter corridas aos bancos; vão ter corridas aos terminais bancários. O papel-moeda vai desaparecer. Vai dissipar-se em fumo.

Aqueles $1.7 quadriliões em bens financeiros especulativos vão dissipar-se em fumo num processo que vai ser o equivalente financeiro de uma reação nuclear em cadeia. Uma reação nuclear em cadeia não é uma queda de dominós: um deita o seguinte abaixo, que deita o próximo abaixo, e assim sucessivamente. Não é assim que funciona. Num estouro financeiro, um estoura dois, dois estouram quatro, quatro estouram dezasseis, etc. etc. É uma reação em cadeia. E, são os sinais disso que estamos hoje a ver no mundo.

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EIR
Lyndon LaRouche discute, numa conferência do Instituto Schiller, a causa sistémica do colapso, pelo uso da sua função típica de colapso em Tripla Curva.

A causa disto não é especulação per se, a causa disto é sistémica. A causa disto é explicada pela função de Tripla Curva de Lyndon LaRouche, com a qual muitos de vocês estão familiarizados (ver Tripla Curva de LaRouche, quatro parágrafos após este). Isto descreve o processo do que acontece numa economia, na forma de uma única e interligada função, que inclui, de um lado, agregados monetários e financeiros, e a taxa de crescimento dos mesmos, que, como acabámos de ver, estão a aumentar hiperbolicamente. Estes agregados são contrapostos a um processo económico físico, que corresponde aos requisitos concretos para a existência continuada de uma sociedade; algo que hoje está a colapsar.

LaRouche explicou repetidamente que a Tripla Curva (ele não lhe chamou as Três Curvas) é uma única função. É uma única e inter-relacionada função, que não é aritmética, não é geométrica, não é hiperbólica. Com efeito, não pode ser explicada com nenhuma função matemática simples, uma vez que o processo económico físico é um processo não-linear, que pode ser um de crescimento (onde há saltos tecnológicos, e avanços na tecnologia propiciam descontinuidades) ou que pode ser, em alternativa, um de colapso, que é também não-linear.

É por isso que, quando vêm o colapso a começar a acontecer, como é o caso hoje, isto não é uma queda gradual. O que acontece é um colapso por fases sucessivas. E as pessoas olham em redor e dizem, “de onde raio é que isto veio?” A resposta é, “Se tivessem dado ouvidos a Lyndon LaRouche não estariam a colocar essa questão, uma vez que ele avisou para este exato processo que está agora a decorrer, e que estamos agora a ver. O que está a acontecer é o colapso sistémico.”

Uma Palavra de LaRouche

Por cima disso, têm ainda outros dois processos que estão diretamente relacionados com o colapso sistémico e que estão a levá-lo na direção de colapso completo. Porém, estes outros elementos têm os efeitos que têm porque temos este colapso sistémico a decorrer. Um é a política do Reinício Verde, que está a induzir uma situação de cortes forçados em energia e indústria, e em tudo o que é necessário para a existência continuada de uma sociedade. Esta política está a exacerbar o colapso económico físico a uma taxa acelerada.

O outro processo relacionado é o processo especulativo que ainda agora estávamos a descrever, onde têm qualquer coisa como $1.7 quadriliões a flutuar especulativamente em redor do mundo. Está, portanto, a ter o tipo de efeito que estamos a ver hoje aqui. Mark Carney, o ex-diretor do Banco de Inglaterra, que é um promotor essencial do Reinício Verde, voltou a declarar claramente, a 10 de Outubro, que a política tem um objetivo declarado. De acordo com Carney, temos de mudar aquilo a que ele chama de “tubagens” do sistema financeiro internacional, de modo a garantir que as “tubagens” canalizam todos os fundos e recursos disponíveis para uma bolha especulativa de $150 triliões; esses são os números dele. E, da mesma forma, insiste Carney, as “tubagens” têm ainda de garantir que nada vai para atividade produtiva propriamente dita.

A Tripla Curva de LaRouche, ou Função Típica de Colapso
A Tripla Curva de LaRouche, ou função típica de colapso: se a produção física declinar enquanto os agregados financeiros (dívidas) crescem, e os agregados monetários (emissão de dinheiro) aumentam para suportar a diferença, o que se obtém, mais cedo ou mais tarde, são enormes incumprimentos de dívida. E, daí, as moedas são atingidas por hiperinflação.

Essa é a política, e a Reserva Federal também está, neste momento, a fazer uma mudança significativa de políticas: a adaptar-se, com um colapso depressionário, ao estouro hiperinflacionário agora em decurso.

Quero concluir esta conversa com a leitura de dois parágrafos de Lyndon LaRouche, a partir de observações feitas por LaRouche a 22 de Outubro de 2001; há 20 anos atrás. Como mencionei, se, ao longo dos últimos 20 anos, as pessoas tivessem dado ouvidos a LaRouche, não estariam agora a fazer questões tolas.

A razão pela qual tenho tido tanto sucesso em projecçoes económicas, é porque penso sistemicamente. Compreendo, portanto, o modo como um colapso sistémico se desenrola, por oposição ao que é feito com “previsões” do mercado de ações, que é algo de que qualquer idiota gosta de falar. Eu faço projeções, não “previsões”. Faço projeções baseadas nas características sistémicas e nas condições de fronteira sob as quais o sistema opera. É por isso que tenho tido sempre razão, e que cada qual dos meus críticos tem estado sempre errado.

Depois, LaRouche explicou sucintamente (uma vez mais há 20 anos) o que está a acontecer:

Portanto, têm uma situação global, nos Estados Unidos e fora deles, na qual o total de serviço de dívida a ser extraído das economias está a aumentar cancerosamente e, da mesma forma, os requisitos de pagamento de serviço de dívida. Isto está a colapsar o poder produtivo real das nações e das suas populações, precisamente na mesma altura em que o total de dívida a ser reparada está a aumentar. Portanto, não há qualquer forma pela qual dar continuidade ao atual sistema monetário e financeiro internacional, sem, com isso, colapsar a civilização numa Nova Idade das Trevas, que será generalizada e prolongada e na qual as nações desaparecerão na sua maioria, e a população humana colapsará rapidamente, ainda durante o curso deste século, até abaixo de 1 bilião. E, o primeiro colapso tenderá a ser grande.

Estamos, portanto, numa situação na qual quem quer que não apoie as minhas propostas para reorganização de bancarrota do sistema monetário e financeiro internacional, quem quer que não apoie as medidas que propus para este propósito, é um idiota declarado.

A boa notícia, claro, é a de que, assim que este processo sistémico seja reconhecido, as soluções para o resolver estão à mão. As soluções de Lyndon LaRouche estão prontamente disponíveis (ver As Quatro Leis - Não uma Opção: Uma Necessidade Imediata), e podem ser rapidamente implementadas. Com efeito, os russos, os chineses e outros já estão a bordo. Estamos numa situação na qual… bom, eu ia dizer, “na qual podemos mudar de direção tão subitamente como quem tira uns tostões do bolso”. Porém, não vai ser uma questão de tostões, mas sim de dólares, dada a desvalorização do dólar, a deflação do valor do dólar. A mudança pode, porém, ser feita, e pode ser feita rapidamente. E é precisamente isso que tencionamos concretizar.

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Tradução: Rui Miguel Garrido

 

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