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O seguinte é uma tradução de material originalmente publicado na edição de 30 de Julho de 2021 da Executive Intelligence Review.

O Dobro ou Nada: O Programa LaRouche para a Sobrevivência Duradoura da Humanidade

Dennis Small é um associado de longa data de Lyndon and Helga LaRouche. Small é o Diretor de Inteligência da EIR para a Ibero-América. Apresentou a seguinte comunicação em “O Regresso de Weimar, Alemanha, 1923: Glass-Steagall Global para Impedir Hiperinflação”, o terceiro painel da conferência de 26-27 de Junho de 2021 do Instituto Schiller, “O Bem Comum de Todos, Por Oposição a Regras em Prol dos Poucos!” Foram adicionados subtítulos. Small concluiu a sua palestra com um curto clip de vídeo de Lyndon LaRouche, a transcrição traduzida do qual está aqui incluída.

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Instituto Schiller
Dennis Small

Em Abril de 1989, há 32 anos atrás, Lyndon LaRouche escreveu um livro, intitulado Em Defesa do Bom Senso. Este livro tem dois aspetos notáveis. Um é o conteúdo, sobre o qual direi algo dentro de momentos. O segundo é o fato de que o escreveu na prisão de Alexandria, Virginia, onde tinha, então, apenas começado a servir aquilo que viria a ser uma pena de cinco anos: por crimes que, claro, nunca cometeu, mas pelos quais todos vocês, cidadãos dos EUA, e cidadãos também de outros países, continuam a pagar o preço.

Durante a sua encarceração de 1989-1994, LaRouche escreveu três livros, dos quais Em Defesa do Bom Senso foi um. Outro foi Projeto A, e o terceiro foi A Ciência da Economia Cristã. Este último foi publicado de novo no ano passado pela LaRouche Legacy Foundation, no Volume I das Obras Completas de Lyndon LaRouche. Esse volume é especialmente focado em questões económicas. O Volume II, a ser publicado mais tarde durante este ano, e que se debruça sobre questões criativas e culturais (música e assim sucessivamente), incluirá três outros ensaios escritos por LaRouche na prisão. Estes ensaios incluem “A Revolução de Mozart na Música, 1782-1786” e “Sobre o Tema da Metáfora”.

LaRouche conseguiu concretizar mais na prisão que a maior parte das pessoas durante a totalidade das suas vidas, mas esse não é o tema da nossa discussão hoje.

Defender o Bom Senso

No seu Em Defesa do Bom Senso, de Abril de 1989, LaRouche escreveu o seguinte:

Um nadador é resgatado do mar pouco antes do momento fatal em que as forças lhe iriam falhar. Isto é sobrevivência momentânea. Representa um paradigma para a sobrevivência eficaz de toda uma sociedade? Como é que distinguimos entre sobrevivência meramente momentânea e sobrevivência duradoura?

Esse momento específico serve de ponto de partida para uma viagem continuada para o futuro.

Perspetive-se essa viagem para o futuro como se fosse uma espécie de função contínua em física matemática. Causa gera efeito, e o efeito tem uma relação causal com os efeitos subsequentes, de um modo que é contínuo. Esta função é expressa em termos do aumento ou redução de uma magnitude intitulada densidade populacional potencial.

Esta não é uma função contínua de tipo vulgar ou linear. É não-linear, mas nem por isso deixa de ser uma função eficientemente contínua em termos experimentais de referência.

Esse é o tema da nossa discussão hoje.

As Crises de Hoje: Causas e Curas

Quais as políticas económicas que têm de ser implementadas, no seio desta que é a pior crise de colapso que enfrentamos desde a Nova Idade das Trevas do século 14? Quais são as políticas que são necessárias para garantir a sobrevivência duradoura da Humanidade na direção do futuro ilimitado? Hoje, tal como já tinha acontecido no século 14, uma pandemia global está a criar uma crise que é tão devastadora que, na prática, abriu uma janela de oportunidade para mudança revolucionária ao longo de toda a estrutura da sociedade: para um novo paradigma, uma renascença.

FIGURA 1
Densidade Populacional Relativa Potencial (PRPD)
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EIRNS

A causa da pandemia é algo que LaRouche já tinha demonstrado há mais de 30 anos atrás, um colapso da densidade populacional relativa potencial da civilização humana (ver Figura 1). Isso significa que a capacidade do Homem para ser frutífero e multiplicar-se, espalhar-se ao longo da Terra e amestrar a natureza, que essa capacidade caiu abaixo do limiar, muito abaixo do limiar. As políticas económicas anti-industriais de pilhagem dos últimos 50 anos deixaram a Humanidade com apenas metade do número de empregos produtivos que são necessários, apenas metade da comida de que precisamos para nutrir a população, apenas metade dos hospitais e do pessoal médico necessário para combater o agressivo vírus que hoje nos aflige, e apenas metade da eletricidade necessária à manutenção dessa infraestrutura e da economia produtiva.

Será assim tão surpreendente, então, que um mero coronavírus tenha levado a melhor sobre nós, e continue a traçar um percurso de destruição ao longo do planeta?

É auto-evidente que precisamos de vacinas para todos os 7.9 biliões de seres humanos hoje vivos. Os números mais recentes mostram que foram administradas 2.6 biliões de doses, mas que apenas 0.3% dessas doses foram administradas em países de baixos rendimentos. Isto é per se suicida, dado o que sabemos sobre a forma como o vírus se está a espalhar ao longo do planeta.

A par de vacinas, precisamos de sistemas de saúde modernos. Precisamos de hospitais. Por exemplo, estimamos que, no setor em vias de desenvolvimento, sejam precisos 30,000 novos hospitais (com aproximadamente 10 milhões de novos leitos hospitalares); apenas para atingir standards que sejam aceitáveis sob condições modernas, como as que temos, por exemplo, na Europa hoje. O número de médicos e de enfermeiras também tem de aumentar. Precisamos de providenciar eletricidade. Precisamos de água. Precisamos das outras instalações que são necessárias, e de transportes e assim sucessivamente, para fazer com que estes hospitais, e o resto do sistema de saúde, possam funcionar. Para concretizar isto, especificamente no setor em vias de desenvolvimento, será necessária uma versão global daquilo que os EUA têm com o seu Corpo de Engenheiros Militares (Army Corps of Engineers).

A pandemia de COVID limitou-se a trazer a nu aquilo que, ao longo dos últimos 50 anos, têm sido políticas maltusianas de depopulação. Lyndon LaRouche, no mesmo livro, Em Defesa do Bom Senso, desdisse a conversa fiada imoral e anti-científica do maltusianismo, e disse o seguinte:

Hoje, há mais de 5 biliões de pessoas, que o mundo, como um todo, empregou ao nível ao qual terá empregado. Ora bem, com os níveis de tecnologia que já em 1970 estavam disponíveis, não apenas a população do planeta podia ser hoje significativamente maior do que o que é, como o nível médio de vida per capita já se teria aproximado ao que existia na América do Norte em 1970, e a população potencial (como distinta da população real) estaria a aproximar-se dos 25 biliões.

A expansão das densidades populacionais real e potencial durante os últimos milhares de anos é o resultado da (contínua e interdependente) geração, transmissão, e assimilação de progresso científico e tecnológico.

FIGURA 2
Densidade Populacional Relativa Potencial (PRPD)
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EIRNS

Se voltarmos às indicações pedagógicas nessa densidade populacional, o gráfico de densidade populacional relativa potencial, podemos ver a forma como sucessivos saltos tecnológicos produzem os seguintes tipos de mudanças nessa função (ver Figura 2). Isto é precisamente o tipo de função contínua não-linear a que LaRouche se referia no seu livro. Descreve descontinuidades nos padrões prévios de métricas da economia física, mas essas descontinuidades são causadas por um avanço contínuo em ciência e tecnologia, que produz esses saltos.

Dito de outra forma, se queremos duplicar o emprego, duplicar a produção agroalimentar, duplicar a produção de energia, duplicar a energia disponível para a produção destes efeitos, temos de recorrer ao poder da mente humana, que é a fonte da capacidade para levar a cabo políticas conducentes a estas coisas. Temos de encontrar a localização desse poder, sendo que essa localização está fora do domínio do que está a ser produzido; por outras palavras, reside no domínio da atividade humana criativa, do avanço tecnológico, da cultura clássica per se.

É possível que aqueles de vós que já levaram a cabo exercícios em geometria construtiva (sob a ideia de duplicar o quadrado e de duplicar o cubo), é possível que esses tenham uma ideia do tipo de processo a que me estou a referir. Uma compreensão do princípio da economia física, que estava no próprio cerne da descoberta fundamental de Lyndon LaRouche.

FIGURA 3
Desemprego Real à Escala Global
(milhões)
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EIRNS

1.5 Biliões de Novos Empregos Produtivos

Hoje, quase metade da força laboral global de 3.5 biliões de pessoas não está produtivamente empregada (ver Figura 3). Muitos nem sequer têm empregos. Um vasto número dos restantes está empregado no dito “setor informal”, onde talvez façam algum dinheiro através de negócios informais da rua, em grande medida ilícitos, mas onde não estão produzir nada de valor produtivo real, embora não por sua própria culpa. Porém, e devido à natureza do sistema atual, são forçados a envolver-se em trabalho desqualificado e precário, em serviços, em tráfico de narcóticos, em todos os tipos de atividades improdutivas e destrutivas.

É por isso que desenvolvemos um programa a começar pelo requisito da criação de 1.5 biliões de novos empregos produtivos, pelos quais empregar todos aqueles que estão agora improdutivamente empregados. Esses têm de ser empregados na construção de hospitais, na construção de autoestradas, de ferrovias de alta velocidade, de centrais energéticas, de escolas, de novas fábricas. E, empregados ainda na demolição de casinos e de outros antros de iniquidade, e este é um tópico a que voltaremos dentro em breve.

FIGURA 4
Transformando a Força Laboral Global
(% id total)
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EIRNS

Ao longo de uma geração, transformaremos esta força laboral global à luz das proporções e dos conceitos concebidos por Lyndon LaRouche, nos modos pelo mesmo recomendados (ver Figura 4.) O desemprego virtualmente desaparecerá. Cinquenta por cento da força laboral será empregada em atividades de produção de bens na indústria e assim sucessivamente. E, uns cruciais 5% estarão no setor de I&D: ou seja, na forja da tecnologia e da ciência, que é aquilo que, pela aplicação do princípio das máquinas-ferramentas, produz os aumentos reais em valor. O aumento dos poderes produtivos do trabalho.

Duplicar a Produção Alimentar Global

Um problema essencial com que temos de lidar é comida, ou a falta dela. A ONU e outras agências internacionais estimam que 690 milhões de pessoas vão para a cama esfomeadas todas as noites, e esse número tem vindo a crescer. Um bilião de pessoas é afetado por malnutrição. Dez milhões morrerão de fome durante este ano, e centenas de milhões estão ameaçados de morte através de malnutrição, no caso de não conseguirmos reverter estas políticas. Quatro milhões já morreram de COVID, embora o número real seja provavelmente muito maior.

Porque é que toleramos isto? Podemos facilmente duplicar a produção agroalimentar. Podemos fazê-lo em diferentes partes do mundo; no setor avançado, onde a produção pode ser expandida. Porém, isto pode especialmente ser feito em áreas do mundo que não estão, por enquanto, envolvidas em atividade agrícola produtiva, mas que podem vir a está-lo na presença dos necessários bens capitais, de irrigação, de tratores, de infraestrutura, e de outros inputs. Podemos e temos de aumentar a produção de cereais (como medida da produção agroalimentar geral), do nível presente de aproximadamente 2.3 biliões de toneladas de cereais.

Cada pessoa viva, cada qual dos 7.9 biliões hoje vivos, precisa de cerca de meia tonelada por ano. Portanto, estamos a falar de precisar de 4 biliões de toneladas por ano, com crescimento expetável para 4.8 biliões de toneladas ao longo da próxima geração. E, esses cereais destinam-se a consumo humano direto, mas também à produção de proteína animal. Sim, proteína animal, que é uma parte absolutamente essencial de qualquer dieta saudável.

FIGURA 5
Grandes Projetos Ferroviários para a América do Sul
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EIRNS

Entre as áreas do planeta onde podemos concretizar este vasto aumento em produção agrícola, figuram duas regiões da América do Sul. Uma são as planícies Colombo-Venezuelanas, e a outra é o Cerrado brasileiro, que podem ver na Figura 5. As nossas estimativas são as de que conseguimos levar produção a 255 milhões de novos hectares, nestas áreas. Isso expandirá a produção de cereais na área em 290 milhões de toneladas por ano, acima dos atuais 160 milhões de toneladas. Isso é quase uma triplicação.

Porém, o que é crucialmente exigido, para além dos inputs de fertilizante, tratores, e assim sucessivamente, é infraestrutura: ferrovias, que (como podem ver na Figura 5) ainda não existem lá, e que foram sempre uma parte vital em aumentos significativos de atividade económica nos setores agrícola e industrial. Refiro-vos àquilo que Lincoln fez nos Estados Unidos com a Ferrovia Transcontinental.

FIGURA 6
A Rede da Ponte Terrestre Global
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Na Figura 6, esta vasta expansão em infraestrutura ao longo do planeta, especialmente em ferrovias de alta velocidade. Esta é a proposta do Instituto Schiller para uma Ponte Terrestre Global, como expandida a partir da Nova Rota da Seda ou da Iniciativa do Cinturão e Rota. É a coluna dorsal para desenvolvimento económico global. Hoje, 140 países, compreendendo dois terços da população global, participam na Iniciativa do Cinturão e Rota. Os Estados Unidos estão conspicuamente ausentes. Deviam juntar-se. É necessário para o mundo, e é necessário para a economia dos Estados Unidos.

FIGURA 7
Comparações: 2020, Números Hoje Necessários, e 2045
  2020 Precisos
Hoje
2045
     
População (biliões) 7.9   9.5
Empregos Produtivos (biliões) 1.9 3.5 4.2
Cereais (biliões toneladas) 2.3 4.0 4.8
Electricidade Mundo (TW) 7.0   14.0
Electricidade EUA (TW) 0.7   1.4
EIRNS

Duplicar a Produção de Energia

Se olharmos para energia, são e serão necessárias quantidades vastamente aumentadas de energia per capita: para construir o sistema de saúde, logo ao início, e para a comida, para os transportes, para as ferrovias, para as fábricas, e assim sucessivamente. Hoje, o consumo elétrico, à escala global, depende de uma capacidade instalada de 7 terawatts. Apenas para a melhoria do sistema global de saúde aos níveis necessários para travar a pandemia, precisaremos de 2 terawatts adicionais de capacidade instalada; um aumento de mais de 25% (ver Figura 7).

Para elevar o mundo inteiro ao atual standard per capita da China, como podem ver refletido na Figura 7, a capacidade total vai ter de ser duplicada para 14 terawatts ao longo de 25 anos, a partir dos 7 de hoje. Isso é uma duplicação. Os EUA têm um papel vital a desempenhar: o de motor revitalizado de desenvolvimento económico global, incluindo na área de saúde. A produção energética dos EUA também tem de aumentar, na direção da duplicação da sua presente capacidade.

Acabar com Bitcoining

Vamos pôr isto em perspetiva. O Bitcoin e a mineração de Bitcoin, de que já devem ter ouvido falar, estão na moda em círculos monetaristas e especulativos. Dizem que temos de parar com o dinheiro fiat e com a flexibilização quantitativa, algo que está a ser feito pela Reserva Federal e por outros bancos centrais. Isso é verdade. Dizem que a maneira de o fazer consiste simplesmente em repetir, numa forma moderna, as políticas de Milton Friedman, e a sua famosa “Regra dos K-Por cento”, que é a de simplesmente aumentar a emissão monetária em quantidade fixa e previsível, em quantidade limitada, a cada ano que passa. E isso vai resolver o assunto. É uma questão de agitar a varinha mágica.

Bom, essa política, repetidamente articulada por Milton Friedman, foi provada consistir em charlatanismo anti-científico, e isso é tanto mais verdadeiro em termos da Bitcoin, já que há um problema adicional com uma Bitcoin, que não é meramente a emissão de dinheiro e já está, mas sim o fato de que a maneira como a Bitcoin é emitida ou “extraída” não tem nada a ver com mineração per se, como conhecemos o processo. A “mineração de Bitcoin” significa montar conjuntos de supercomputadores que consomem vastas quantidades de eletricidade para trabalhar em puzzles matemáticos muito complexos. A primeira pessoa a resolver esses puzzles recebe uma Bitcoin.

FIGURA 8
Uso de Eletricidade, Improdutivo e Produtivo
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EIRNS

Agora, podem dizer, “Bom, isto é só um jogo adolescente; é relativamente inocente”, tirando o fato de que não é. A quantidade de energia que é consumida em “mineração” de Bitcoin, à escala global, corresponde a 116 terawatts-hora de eletricidade por ano. Isso é mais que o que é consumido em toda a nação das Filipinas, e em toda a nação da Holanda. Para além do mais, coloque-se isto em perspetiva. Se a essa eletricidade fosse dado um uso produtivo, isso corresponderia a quase um quarto de toda a eletricidade necessária para energizar os 30,000 novos hospitais que têm de ser desenvolvidos e construídos nos países menos desenvolvidos (PMDs), e que corresponde a cerca de 525 terawatts-hora por ano (ver Figura 8).

Creio que o ponto aqui é óbvio. É absurdo que esta energia seja usada para mineração de Bitcoin, quando podia ser usada para algo produtivo. Já agora, a maior proporção (65%) da dita “mineração” de Bitcoin, ocorre na China, porque lá a energia é relativamente barata. Eu devia dizer, “ocorria” na China, dado que o governo chinês está, sensatamente, a cair em cima da prática, já que pensam que é totalmente destrutiva.

Portanto, os mineradores de Bitcoin estão a discutir e decidiram para onde vão, onde também há bastante energia e um ambiente acolhedor. E essa localização é o Texas. Sim, o Texas. Se adicionarmos a quantidade de eletricidade necessária para mineração de Bitcoin à já sobrecarregada rede elétrica do Texas, estar-se-á a exigir 22% mais da rede. Isso deverá funcionar fantasticamente para os texanos, e também para o resto do país.

Conclusão: As Quatro Leis de LaRouche

Gostaria de concluir esta apresentação com alguma, muito necessária, ajuda pessoal de Lyndon LaRouche, sobre o conceito de emprego produtivo e improdutivo, e sobre a sua proposta das Quatro Leis, as Quatro Leis que, estou certo disso, vos são familiares.

Se não, recordar-vos-ei de que LaRouche apresentou a ideia da necessidade de uma reorganização de bancarrota do presente sistema financeiro global, e (como já foi debatido) de levar a cabo essa reorganização de bancarrota através de Glass-Steagall. E, ainda, o estabelecimento de sistemas bancários Hamiltonianos, pelos quais direcionar crédito produtivo para atividade produtiva do tipo que temos estado a debater, no caso do sistema global de saúde. E, estabelecer projetos de infraestrutura global, pelos quais os países podem cooperar para o aumento rápido dos poderes produtivos do trabalho, como no caso da Iniciativa do Cinturão e Rota. E, diz LaRouche, foco naquelas áreas de progresso científico, de avanço tecnológico que são, no final de contas, a força motriz que impulsiona real desenvolvimento económico, através de saltos não-lineares do tipo que discutimos previamente.

Quero mostrar-vos um muito curto clip de vídeo de um encontro eleitoral em New Hampshire, 1980, durante a campanha presidencial. Aqui, verão que LaRouche traça uma muito fina distinção entre trabalho produtivo e trabalho improdutivo. Acredito que este é provavelmente o primeiro lugar no qual Lyndon LaRouche alguma vez apresentou o precursor àquilo que mais tarde se veio a tornar nas famosas Quatro Leis de Lyndon LaRouche.

Lyndon LaRouche [vídeo]: Vou fazer aquilo que Roosevelt prometeu fazer em 1940-2. Aquilo que Franklin Delano Roosevelt, de todas as pessoas, prometeu fazer; eu vou fazê-lo! [Aparte:] Alguém na audiência disse “Acabe-se com a proibição das drogas!” Não! Ponham-se os interesses do narcotráfico na cadeia, entre outras coisas. Não! Na Conferência do Atlântico e na Cimeira de Casablanca, Roosevelt prometeu a Churchill “Os Estados Unidos não mais voltarão, de qualquer maneira ou forma, a combater guerras mundiais para salvar o Império Britânico!” [aplauso]

Os Estados Unidos não mais tolerarão o sistema britânico, seja ele colonial ou neocolonial! Os Estados Unidos não mais tolerarão as doutrinas económicas de Adam Smith em qualquer parte que seja do mundo! Vamos pegar neste pobre, sofrido, esfomeado mundo, e vamos transformá-lo com métodos americanos; vamos transformá-lo pela exportação e desenvolvimento de alta tecnologia! Vamos ter Projetos Manhattan e projetos NASA, e cada programa-relâmpago, dirigista e federalmente dirigido, em ciência e tecnologia, que acharmos necessário!

Sabem, algumas pessoas falam de “Quantas centrais nucleares se podem construir” [risos] Não compreendem os métodos americanos. Se eu quiser construir 10,000 centrais nucleares até ao ano 2000, fá-lo-emos! Pode ser feito. Se andarmos por aí às voltinhas ao longo do percurso, como gostamos de fazer, então não acontecerá. Querem ter 50 ou 100 centrais nucleares por ano? Conseguimos fazê-lo! Limitem-se a pegar na lista de coisas necessárias: precisamos de quantas siderúrigicas, quantas disto? Construam-se todas elas! Agora! Ainda que tenhamos de derreter os letreiros dos bordéis para o fazer! [aplauso, risos]

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Tradução: Rui Miguel Garrido

 

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