Alguém ficou muito nervoso com a influência de LaRouche no Brasil

18 de janeiro de 2019 (EIRNS) - A revista Veja de 12 de janeiro de 2019 abriu suas páginas para uma longa difamação de Lyndon LaRouche e do Instituto Schiller, camuflado como um ataque a Murilo Resende, então recentemente nomeado pelo governo Bolsonaro para um cargo mediano no Ministério da Educação. O autor, Eduardo Wolf, PhD em filosofia pela Universidade de São Paulo, denunciou Resende por plagiar um artigo publicado pelo movimento de LaRouche nos idos de 1992, intitulado “Nova Idade Média: a Escola de Frankfurt e o ‘politicamente correto’”. Depois de se ocupar com o assunto do referido plágio, enquanto fazia uma defesa total da Escola de Frankfurt, Wolf foi para a questão em pauta: difamar Lyndon Larouche.

Mas, como se diz, quem tem telhado de vidro não pode jogar pedras. O patético sofisma de Wolf foi ele mesmo plagiado diretamente de um livro de Dennis King, de 1989, que caluniava LaRouche por ser “anti-semita”. Wolf repetidamente faz referência ao suposto anti-semitismo de LaRouche ao se referir a coisas tais como “uma manipulação da psicanálise (judia) de Freud conduzida pelos (judeus) frankfurtianos  (...) uma tese propagada pela (judia) Hannah Arendt. A razão de Wolf colocar por todos os cantos, em parênteses, “judeu” e “judia” é porque em nenhum lugar LaRouche falou algo do tipo – é uma difamação completa de Wolf, e de Dennis King antes dele. King, financiado pela direitista Fundação Smith-Richardson, foi o pioneiro dessa forma de ataque mentiroso a Lyndon LaRouche ao simplesmente dizer que sempre que LaRouche fala “britânico” (i.e., o  “imperialismo britânico”, os “interesses financeiros britânicos”) ele na verdade quer dizer “judeus”.

De todo modo, não existe no artigo de Wolf nenhuma crítica factual a LaRouche. Um exemplo disso é sua tentativa sarcástica de desacreditar a campanha do Instituto Schiller “em favor do que se chama o ‘Verdi pitch’, um sistema de afinação que  querem ver reconhecido e adotado oficialmente nas execuções de música clássica”. Talvez Wolf e seus patrocinadores na revista Veja deveriam investigar por que Plácido Domingo, Luciano Pavarotti, Carlo Bergonzi, Renata Tebaldi e muitos outros apoiam o chamado do Instituto Schiller para um retorno ao “Verdi pitch”.

Wolf também denuncia Resende por ser um seguidor do “filósofo” direitista Olavo de Carvalho, que dizem ter uma influência significativa dentro do novo governo Bolsonaro. Wolf também ínsua maliciosamente que LaRouche, que segundo ele é acusado de “fanatismo, teórico da conspiração e anti-semita” tem o mesmo perfil de Olavo. Novamente, Eduardo Wolf, com PhD e tudo, não fez o dever de casa.

Nos idos de setembro de 2001, logo após o 11/09, Olavo de Carvalho acusou a Rússia e a China pelo ataque terrorista.: “Eu penso que se realmente houve essa participação chinesa, o que é muito possível, então esse é um processo para provocar uma guerra (...). Essa é uma operação de agentes altamente treinados do serviço secreto, essa é uma operação da KGB”. Ele então começou a clamar por grande represália norte-americana mundo afora, e que qualquer jornal ou outros oponentes de sua abordagem deveriam ser sujeitos a um julgamento sumário por “apologia ao crime”. Lyndon LaRouche respondeu em 21 de setembro de 2001:

“A julgar pela sua diatribe, Olavo de Carvalho provavelmente está pronto para o tratamento de Pasteur para raiva. Isso é como a Revolução Francesa. Temos que olhar para o que está por detrás  desse babujar, vindo tanto da direita quanto da esquerda (...). São os globalistas que querem um choque de civilizações, e eles estão tentando executar um golpe de Estado dentro dos EUA para levar isso a efeito. Existem algumas pessoas que  estão fanaticamente em estado de negação a respeito do componente interno do golpe intencionado nos EUA. Eles demonstram covardia intelectual face às evidências, e preferem ir matar o gato do vizinho. Eles têm medo da realidade e assim querem ir bombardear lá fora gente de pele escura”.

Isso nos traz de volta para a questão real levantado pelo lamentável sofisma de Wolf: alguém, e não só dentro do Brasil, anda ficando muito nervoso com a influência de LaRouche nesse país. Tem isso a ver com todas as questões estratégicas urgentes que Wolf se esquece de mencionar sobre LaRouche: seu chamado à reorganização do falido sistema financeiro transatlântico; um novo sistema de crédito para financiar projetos de infraestrutura de alta tecnologia, como os da Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota; a ênfase em ciência e tecnologia avançada, incluindo fusão e a exploração espacial; e um acordo das Quatro Potências, EUA, China, Rússia e Índia, para lançar tal política?

 

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