O seguinte é uma tradução de material originalmente publicado por Diane Sare, na The New Federalist e, num artigo de Dennis Small para a Organização LaRouche.
Lyndon LaRouche: Antes, Durante e Após o 11 de Setembro
3 de Janeiro de 2001
A 3 de Janeiro de 2001, Lyndon LaRouche, então candidato presidencial para 2004, avisou, em observações a uma audiência em Washington, DC, que a recém-inaugurada Administração de George W. Bush encenaria uma provocação equivalente a um Incêndio do Reichstag, de modo a poder estabelecer governo por decreto. Uma indicação deste intuito era, de acordo com LaRouche, os esforços dos círculos Bush para impor a nomeação do anti-constitucional John Ashcroft como Procurador-Geral.
“A 28 de Fevereiro de 1933, quando o infame ‘Notverordnung’ (decreto de emergência) foi estabelecido”, avisou LaRouche, “lembrem-se que, após o incêndio… do Reichstag, o que aconteceu foi que Goering (à altura, Goering era o Ministro-Presidente da Prússia) colocou em moção uma operação. Uma parte disto foi de que, a operar sob as ordens de Carl Schmitt, um famoso jurista pró-nazi na Alemanha, passaram esta lei chamada a Notverordnung, a Lei de Emergência, que deu ao estado o poder, de acordo com a doutrina de Schmitt, para designar que parte da sua própria população eram inimigos, e para os aprisionar, à vontade, e eliminá-los. Isto era a ditadura.
“Toda a gente disse, ‘Não, Hitler não vai fazer isso, porque a maioria da população está contra ele’. Depois, a 28 de Fevereiro de 1933, a lei Notverordnung foi passada, sob o pretexto do incêndio do Reichstag. E isto estabeleceu uma ditadura, da qual a Alemanha não se livrou até 1945…
“Se derem ao tal Ashcroft, e ao que ele representa, sob essa bandeira, os poderes de um Departamento da Justiça”, avisou LaRouche, “então já não restará qualquer justiça nos Estados Unidos… gestão de crise. É isso que os nazis impuseram com a Notverordnung, que estabeleceu Hitler como ditador da Alemanha. O que vão ter com uma administração Bush frustrada, se estiver determinada a impedir oposição, o que vão ter é gestão de crise. Onde membros de seções de guerra especial, de governo secreto, das equipas de polícia secreta, e assim sucessivamente, vão despoletar provocações, que serão usadas para criar poderes ditatoriais e emoção, em nome de gestão de crise. Vão ter pequenas guerras a serem despoletadas em várias partes do mundo, às quais a Administração Bush responderá, com métodos de provocação derivados de gestão de crise. É isso que vão obter. E esse é o problema. E têm de enfrentar isso de frente. Têm de controlar este processo agora, enquanto ainda têm o poder para o fazer.”
11 de Setembro de 2001
Na manhã do 11 de Setembro, enquanto os aviões eram voados de encontro às Torres Gémeas, Lyndon LaRouche (que, na altura, era candidato Presidencial para 2004) estava a ser entrevistado ao vivo na rádio por Jack Stockwell, apresentador para a K-TALK, estação de rádio sedeada em Salt Lake City, Utah. Durante a entrevista, LaRouche deu uma lição em análise geral e dedutiva de fenómenos: indicando o que estava por detrás dos eventos que os estadunidenses estavam a acompanhar com horror, prevendo a inculpação de Osama bin Laden por esses eventos e, rejeitando essa inculpação. Ao invés, disse LaRouche, uma tal operação estava além das capacidades de planeamento de bin Laden, implicava acesso a apoio estatal, e, ainda, a cumplicidade dos mais elevados níveis do comando militar nos EUA. Aqui deixamos alguns excertos deste diálogo, tão histórico quão profético. A entrevista completa está disponível aqui, e o áudio para a mesma está disponível aqui, aqui e aqui, em três segmentos consecutivos de 30 minutos cada.
Stockwell: Sim. Bom, há torrentes de fumo a sair de uma das torres. A minha esposa chamou-me há um momento. E, aparentemente, apanharam em câmera, ao vivo, o segundo avião a esmagar-se de encontro a uma das outras torres.
LaRouche: Como é óbvio, isto não é exatamente um acidente... Quero dizer, não é uma coincidência. Isso é óbvio. Isto é tão remoto, em probabilidade, que tem de haver intenção por detrás dos eventos… Aquilo que é preciso ter em vista, e o contexto em que isto está a acontecer, são duas coisas. Antes de mais, as primeiras suspeitas sobre isto vão recair sobre Osama bin Laden. O nome vai surgir proeminentemente, quer seja como suspeito ou como mero suspeito.
Stockwell: Se é possível—o FBI está agora a dizer que deve ter havido o sequestro de um avião para este ataque. Se é possível fazer isto com o World Trade Center, o que é que se consegue fazer à Casa Branca?
LaRouche: Sem dúvida. Eu tenho estado muito preocupado com isto. Está a ver, eu não tenho grande simpatia para com o que algumas destas agências fazem. Mas estou preocupado, não apenas como pré-candidato presidencial. Estou preocupado com a segurança dos Estados Unidos e com a paz do mundo. E isto não é bom para a saúde da nação ou do mundo. Estas coisas não deviam acontecer. E podíamos prevenir este tipo de coisa. Mas simplesmente não o fazemos [porque] alguém diz, deixem acontecer.
Stockwell: Como é que se consegue prevenir atividade terrorista?
LaRouche: Bom, a questão é, descarta-se o mito de que há um número de pessoas desconhecidas a saírem das brumas, e ninguém sabe de onde vêm. Depois, diz-se, como é que se podem impedir as operações terroristas? Quando se sabe como é que o mundo está realmente organizado, sabe-se que não se consegue organizar a preparação consistente de operações terroristas, em qualquer país que seja, sem o apoio de um governo poderoso, ou de governos… Portanto, quando se sabe da natureza da operação, eu teria uma discussão aberta, muito discreta, mas muito aberta e muito eficaz, com alguns outros governos no mundo e, em conjunto, tomaríamos passos apropriados para tentar neutralizar este tipo de ameaça. É claro que não se consegue ir a 100 porcento com este tipo de coisa. Mas consegue-se fazer um trabalho muito completo. E, dois aviões. Isso é uma operação em grande. Isso é—um avião, isso poderia ser difícil de prevenir. Mas dois no mesmo curto—não, isto não é uma coisa menor…
Stockwell: Lyndon, há alguma razão para assumir que isto pode ser outra coisa que não Osama bin Laden?
LaRouche: Claro que sim. Há muitas. Osama bin Laden é uma entidade controlada. Osama bin Laden não é uma força independente. Tenha-se em mente o modo como ele apareceu na cena mundial. Osama bin Laden era um saudita muito rico. Porém, nos 1970s, durante a administração Carter (ou, digamos, a administração Brzezinski), é cozinhada a ideia de criar uma guerra afegã nas fronteiras de território soviético… como uma operação geopolítica. O governo dos Estados Unidos, o governo britânico, e outros… foram e recrutaram uma série de pessoas islâmicas para combater o comunismo e defender o Islão sagrado, e assim sucessivamente. Esse tipo de argumento. Recrutaram em muitos países. E mobilizaram-nos… Osama bin Laden era um dos grandes financiadores disto, um veículo de financiamento que era usado por este e por aquele. Entre outros, o então Vice-Presidente George Bush. Isto é Irão-Contra, ou o que é chamado de Irão-Contra. Portanto, estas coisas são deixadas para trás. E, de repente, Osama bin Laden torna-se na figura de referência. E Osama bin Laden não poderia durar, do modo como anda por aí de um lado para o outro, se não tivesse proteção em grande. E, não é apenas uma seção do governo paquistanês, ou do Afeganistão. É também de outros governos, que gostariam de ver, espalhados por aí, os efeitos que Osama bin Laden produz. Portanto, agora pode-se culpar Osama bin Laden. A algum ponto, vai-se e mata-se bin Laden, e diz-se que o problema foi resolvido. Porém, nunca se toma em linha de consideração quem enviou, quem criou Osama bin Laden, e quem o protegeu, e mobilizou as forças e o nome de bin Laden para estes propósitos. Portanto, e num caso como este, não se pode assumir que os nomes populares que toda a gente conhece, ou que o FBI cita e assim sucessivamente, que é aqui que está o real problema. Podem ser parte do problema… (…) Isto serve para criar uma provocação dentro dos Estados Unidos. Quero dizer, essa é a única razão pela qual algo como isto seria feito. Mas o período no qual estamos a entrar não é definido pela palavra terrorismo. Terrorismo é uma parte do quadro geral. A palavra-chave é “desestabilização”. A parte problemática, do meu ponto de vista, é, olhe-se para o nosso próprio governo. A questão é, o Presidente George Bush não funciona. Ele tem estado lá e, como eu disse, este 3 de Janeiro, quando, pela primeira vez, anunciei e fiz um prognóstico do que é que a administração dele seria, tem sido uma catástrofe após a outra.”
16 de Novembro de 2001
Depois, apenas dois meses após os infames ataques do 11 de Setembro, a 16 de Novembro de 2001, Lyndon LaRouche deu uma entrevista ao Al-Bayan, uma publicação diária nos Emiratos Árabes Unidos, onde começou por situar os recentemente ocorridos eventos no contexto estratégico apropriado:
“A atual dinâmica de colapso monetário-financeiro é muito pior que uma mera depressão, como a de 1929-1933. É um colapso sistémico do sistema monetário-financeiro global que foi colocado em moção pelas ações do Presidente Nixon, em Agosto de 1971. Esse sistema nunca poderá vir a ser ressuscitado do atual colapso. O nosso propósito deveria ser o de eliminar o presente sistema, de modo a que possamos ressuscitar a economia global.
Depois, LaRouche pegou na questão do combate ao terrorismo.
“A resposta a esta questão tem de ser situada numa visão enriquecida daquilo que realmente aconteceu nos EUA a 11 de Setembro. Aqueles ataques só podiam ter sido organizados no contexto de uma tentativa de golpe de estado, mobilizada a partir de níveis muito elevados do aparato militar e de segurança dos EUA…
“Algures, durante a tarde do 11 de Setembro, foi tomada uma nova decisão, a de responder ao efeito dos ataques dessa manhã pela declaração de uma guerra contra o ‘terrorismo’; nisto (e eu tinha avisado contra este cenário logo nessa manhã, numa entrevista de rádio) escolhendo Osama bin Laden, o ativo anglo-americano de longa data, como bode expiatório para o ataque…
“A 11 de Setembro, alguém, a níveis muito elevados na estrutura de comando dos EUA, desencadeou uma tentativa de golpe de estado contra o governo Bush. Tivesse essa crise levado a uma escalada de alerta nuclear entre os EUA e a Rússia, os conspiradores teriam sucedido, quase sem dúvida. As conversas telefónicas de 11 de Setembro entre o Presidente Putin e o Presidente Bush mudaram a situação de uma forma radical e benéfica.
“Para além disso, mais nada foi resolvido. O golpe de estado foi derrotado, pelo menos temporariamente, mas o pesadelo prossegue…”
Depois, LaRouche apontou o caminho para colocar um fim a esse pesadelo: “Sem a colocação do atual sistema monetário-financeiro internacional sob uma forma drástica de reorganização de bancarrota, a tentativa de perseverar com esse sistema com meras reformas, lançará o planeta inteiro numa nova idade das trevas, que poderá durar duas ou mais gerações. (…) A base económica necessária para um mundo em desenvolvimento pacífico será estabelecida se os EUA se vierem a tornar parceiros de um tal sistema de cooperação Eurasiática.”
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Tradução: Rui Miguel Garrido
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