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Em 10 de junho de 2023, será o 60º aniversário do famoso discurso de JFK na Universidade Americana sobre o que ele mesmo chamou de "o tópico mais importante da Terra: a paz mundial".

O presidente Kennedy fez esse discurso menos de um ano após a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962, no meio da Guerra Fria, mas ele conseguiu fazer com que seus ouvintes enxergassem acima do conflito geopolítico e olhar para o interesse da humanidade como um todo.

Hoje encaramos uma situação estratégica muito mais perigosa do que aquela no auge da crise dos mísseis cubanos. Os sistemas ofensivos de armas da OTAN estão muito mais próximos da fronteira da Rússia do que Cuba está dos Estados Unidos. O poder destrutivo das armas da OTAN é ainda maior, o tempo de alerta antes de seu lançamento é menor e a confiança entre os líderes das grandes potências nucleares é praticamente inexistente, em comparação com a existente entre Kennedy e Khrushchev. O relógio do juízo final foi marcado pelo Bulletin of the Atomic Scientists (Boletim dos Cientistas Atômicos) em 90 segundos antes da meia-noite, e isso pode ser excessivamente otimista.

O mundo corre o risco de se dividir em dois blocos, um bloco OTAN-EUA-Reino Unido-UE e um bloco Rússia-China-"Sul Global". Isso representa o perigo agudo de uma nova guerra mundial, que seria nuclear e, portanto, significaria a aniquilação da espécie humana. Como a Rússia e os EUA têm atualmente 90% de todas as armas nucleares direcionadas uma contra a outra, armas essas que poderiam destruir o mundo muitas vezes, é uma questão urgente para todo ser humano na Terra encontrar uma saída. A solução deve estar em um plano que supere a geopolítica e adote a perspectiva do interesse de toda a humanidade.

Nós, abaixo assinados, portanto, expressamos nossa esperança, que o (próximo) Presidente dos Estados Unidos encontre a grandeza em si mesmo para adotar o ponto de vista que foi expresso por JFK em seu discurso histórico.

O Presidente Kennedy disse em 10 de junho de 1963:

Que tipo de paz eu quero dizer? Que tipo de paz buscamos? Não uma Pax Americana imposta ao mundo pelas armas de guerra americanas. Não a paz da sepultura ou a segurança do escravo. Estou falando de paz genuína, o tipo de paz que faz a vida na terra valer a pena, o tipo que permite que homens e nações cresçam, tenham esperança e construam uma vida melhor para seus filhos – não apenas paz para os americanos, mas paz para todos os homens e mulheres – não apenas paz em nosso tempo, mas paz para todos os tempos. 

(Discurso na íntegra disponível em diversos idiomas: tinyurl. com/ JFK-AU).

Muitos podem pensar que hoje em dia é impossível para um presidente americano fazer um discurso como esse. E de fato, o presidente russo Putin é hoje retratado como mais maligno do que Khrushchev era na época, e a China também é retratada como uma grande ameaça. Mas, mesmo assim, o presidente Kennedy elogiou os russos e elogiou suas grandes contribuições na ciência, na indústria e na cultura. Ele elogiou sua coragem em derrotar Hitler na Segunda Guerra Mundial, causa pela qual eles sacrificaram mais de 26 milhões de vidas. O mundo precisa de um presidente americano que possa ver a melhor tradição   em cada nação, inclusive na Rússia e na China, como base para a confiança mútua e a base para a paz.

Nós, abaixo assinados, queremos que os Estados Unidos voltem a ser a América expressa naquele belo discurso de JFK. Nós queremos que os Estados Unidos voltem a ser um farol de esperança e um templo de liberdade. Acreditamos que essa é a base para "paz para sempre", como disse JFK.  

Signatário inicial

Helga Zepp-LaRouche, fundadora do Instituto Schiller

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