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14 de março, 2023 - Os tremores no sistema financeiro sentidos em todo o mundo, desencadeados pelo escândalo no Silicon Valley Bank (SVB) nos Estados Unidos, seu fechamento subsequente e sua entrada em recuperação judicial, são o toque de clarim para que todos os governos do mundo atuem rapidamente para prevenir uma repetição da crise de 2008 em escala maior – maior e mais mortal, porque todas as chamadas “ferramentas” dos bancos centrais se esgotaram.

Dado o extremo superendividamento do sistema financeiro, juntamente com uma exposição a derivativos que somam dois quatrilhões de dólares, a “Bolha de Tudo” está ameaçada com o destino do que o guru de Wall Street Bill Gross comparou a uma supernova – uma estrela brilhante que de repente se extingue. Entre o Scylla do aperto financeiro desencadeando chamadas de margem crescentes e uma corrida aos bancos, como ocorreu antes do problema do SVB, e o Charybdis de reverter para o QE (Quantitative Easing – Flexibilização Quantitativa) – deixando a hiperinflação consumir a dívida – não há solução dentro do sistema. Em ambos os casos, seja um colapso repentino de todo o sistema ou uma desvalorização hiperinflacionária destruindo o trabalho da vida inteira das pessoas, o potencial dano a bilhões de pessoas e a provável morte de milhões é inaceitável.

O fracasso em abordar as causas profundas da crise sistêmica do sistema financeiro em 2008 e os 15 anos desde a criação imprudente de liquidez por QE - taxas de juros zero e até negativas em desvantagem das capacidades físicas do economia - em combinação com a loucura econômica geopoliticamente motivada, como sanções atingindo as economias ocidentais em um gigantesco bumerangue, está resultando em uma explosão do sistema. Nem a austeridade schachtiana, nem os “resgates” e “bail-ins”, remediarão a situação. Apenas um fim para a economia de cassino e um retorno a investimentos sólidos na economia física real, visando aumentar a produtividade da economia por meio de uma produção econômica intensiva em capital e densidade de fluxo energético, será suficiente.

Se Franklin Delano Roosevelt estivesse vivo, ele declararia um feriado bancário, implementaria uma separação bancária aos moldes da Lei Glass Steagall, um New Deal, e ofereceria a participação americana em um sistema de New Bretton Woods de acordo com sua intenção original de fornecer crédito maciço para aumentar o padrão de vida do povo do Sul Global. Infelizmente, não se pode esperar que o atual Congresso dos EUA tenha estatura ou sabedoria para fazer o mesmo.

Embora os esforços da União Econômica Eurásiatica (UEEA), da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), e do BRICS-Plus para criar uma nova moeda baseada em commodities e um novo sistema financeiro possam não ter progredido o suficiente, dados todos os tipos de restrições e resquícios de abordagens anteriores, o drama dos eventos poderia forçar a realização de intenções existentes a serem aceleradas. Uma vez que a possibilidade muito real de um colapso descontrolado do sistema financeiro poderia acentuar o perigo da atual guerra por procuração entre a OTAN e a Rússia, com a China em segundo plano, escalar por acidente ou erro de cálculo, é necessária uma ação urgente.

Deve haver uma conferência de emergência imediata, na qual os governos deverão sinalizar ao mundo que agirão juntos com boa vontade para avançar para uma nova arquitetura global de segurança e desenvolvimento, levando em consideração o interesse de todas as nações do planeta. A primeira expressão dessa nova arquitetura deve ser a implementação das Quatro Leis propostas por Lyndon Larouche: um sistema Glass Steagall global, um sistema de bancos nacionais, um novo sistema de crédito, e cooperação internacional na próxima geração de investimentos científicos e tecnológicos , como fusão termonuclear e ciência espacial.

Esta conferência de emergência deve ocorrer como uma conferência da Assembleia Geral da ONU ou do G20. Se essas instituições não puderem responder, outros patrocinadores devem ser encontrados, como o BRICS-Plus, a Organização de Cooperação de Xangai ou uma combinação de instituições representativas. Quando o bem-estar e possivelmente a existência da espécie humana está em jogo, todos os obstáculos ideológicos devem ser superados.

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