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Declaração Política do Instituto Schiller, a 10 de Abril de 2021

Presidente Alberto Fernández à China; Ibero-América a Marte!

O seguinte é uma tradução de material originalmente publicado em inglês no website do Instituto Schiller, aqui.

A visita do Presidente argentino Alberto Fernández à China, a Maio de 2021, por ocasião da qual assinará um Memorando de Entendimento com a China sobre a Iniciativa do Cinturão e Rota (o projecto global de infraestrutura envolvendo quase 150 nações) apresenta uma oportunidade estratégica única.

1) Toda a Ibero-América pode dar um enorme passo para se libertar, de uma vez por todas, da camisa-de-forças de pilhagem financeira pelo moribundo sistema de Londres e Wall Street, e para se juntar à Iniciativa do Cinturão e Rota (por vezes chamada a Nova Rota da Seda) e à sua abordagem ao desenvolvimento, baseada em ciência e em alta tecnologia.

2) É possível a ascensão de um nexo Argentina-México que venha propor uma mudança política pioneira no Hemisfério Ocidental: que a China e os EUA juntem esforços para o desenvolvimento da região México-Centro Americana, em particular e, da mesma forma, de toda a Ibero-América, por meio de esforços cooperativos à volta da extensão da Iniciativa do Cinturão e Rota para a região. Um tal ímpeto em desenvolvimento é a forma (a única forma) de por um fim ao narcotráfico, à migração por desespero, aos gangs, à pobreza, e à pandemia de COVID-19.

“Mas, é possível?”, perguntarão, cepticamente, as pessoas. É realmente possível acabar com a pobreza extrema? Bom, olhe-se para a China, onde 850 milhões de pessoas foram elevadas da pobreza em 40 anos. Se a China consegue fazê-lo, porque não havíamos nós de o conseguir fazer?

É realmente possível, a nações pequenas, ter a expectativa de dominar a mais avançada ciência, e ajudar a desenvolver avanços para toda a Humanidade? Bom, olhe-se para os minúsculos Emirados Árabes Unidos, e para a sua concretização histórica de enviar uma sonda orbital para Marte. Se os Emirados conseguem fazê-lo, porque é que nós não havíamos de o conseguir fazer?

É realmente possível levar os EUA e a China a cooperar para o desenvolvimento do México e das Américas; ao invés de se envolverem numa deriva para confrontação e guerra, que só serve os interesses geopolíticos do status quo oligárquico? Sim—se os EUA reganharem o juizo, e voltarem às políticas dos seus maiores filhos: George Washington, Abraham Lincoln, Franklin Roosevelt, e Lyndon LaRouche. Com efeito, essa possibilidade foi tornada numa necessidade pela presente crise de colapso do sistema financeiro ocidental: isto se os EUA vão sobreviver ao inevitável colapso de Wall Street.

A chave aqui é o espaço, começando por um projecto internacional, de 50 anos, energizado por energia de fusão, para a exploração e colonização da Lua e de Marte. As nações da Ibero-América (e, em especial, as suas gerações jovens) têm de participar nisto.

Acontece que dois dos melhores centros, em todo o mundo, para lançamentos espaciais, são no continente Sul-Americano: em Alcântara, no Brasil, e em Kourou, na Guiana Francesa. Estes centros estão muito próximos do equador, o que oferece grandes vantagens para lançamentos espaciais. Adicionalmente, tanto a Argentina como o Brasil têm capacidades aeroespaciais muito significativas, que podem vir a tornar-se em pedras angulares para cooperação com a China, com os Estados Unidos, e com outras nações envolvidas em exploração espacial, como sejam Rússia e Índia. Sob tal cooperação, esses centros espaciais podem ser desenvolvidos para se tornarem em centros de desenvolvimento científico e económico para toda a região.

Ao Presidente argentino Fernández deve ser confiada, para a sua visita a China, uma missão em prol de toda a Ibero-América; em especial à luz do desenvolvimento, pelo mesmo Fernández, de uma relação próxima de trabalho com o Presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, relação essa que já está a beneficiar toda a região. Portanto, e em adição ao pacote de projectos infraestruturais argentinos que Fernández já está a planear discutir com o Presidente Xi Jinping da China—e que (e isto é essencial) incluem energia nuclear—o Presidente Fernández também deveria propor grandes projectos de desenvolvimento regional, em especial no âmbito espacial. Especificamente, deveria propor o estabelecimento de dois institutos politécnicos, ou institutos para actividade educacional em ciência espacial: um na Argentina e outro no México (talvez na cidade de Querétaro, perto da Cidade do México). Estes dois centros servirão de centros de cooperação científica internacional, e de pólos para o progresso educacional e tecnológico que é necessário para levar todo o continente na direcção deste tipo de desenvolvimento espacial de alta tecnologia. Serão centros da emergente Nova Rota Espacial da Seda.

A outra área onde a cooperação é crucial, é no desenvolvimento da ciência e da infraestrutura médica que são necessárias para derrotar a pandemia de COVID-19; e, quaisquer novas pandemias que possam emergir para ameaçar a Humanidade. Uma vez mais, cooperação Argentina-México já está a apontar a direcção a seguir, e tem de ser usada para alavancar a obtenção de apoio internacional em prol de toda a região.

A Ponte Terrestre Mundial

Já há muito que o Instituto Schiller propõe um pacote completo de projectos infraestruturais regionais para a Ponte terrestre Global. Mencionamos aqui alguns dos projectos essenciais:

1) Construir, na América do Sul, corredores ferroviários bi-oceânicos a conectar o Atlântico ao Pacífico: e, a incluir uma rota Brasil-Perú, a norte; uma rota Brasil-Bolívia-Perú, central; e, uma rota Brasil-Uruguai-Argentina-Paraguai-Chile, a sul. Todas são viáveis; todas são necessárias.

2) Construir uma linha ferroviária de alta velocidade, Norte-Sul, a estender-se da Tierra del Fuego, a sul, ao túnel do Estreito de Bering, a norte; e, a atravessar a América do Sul, a Região de Darien, e toda a extensão da América Central e do México. Isto seriam corredores de desenvolvimento de aproximadamente 100 kms de amplitude, com a integração, ao longo da via, de infraestrutura energética, de indústria, de agricultura, e de infraestrutura de comunicações. Isso criaria milhões de novos empregos produtivos ao longo de todo este nexo de desenvolvimento, e isso é sine qua non para derrotar a pobreza, e os associados problemas regionais em narcotráfico e migrações.

3) Estabelecer novos centros para a industrialização de matérias-primas ao longo da Ibero-América. Isto inclui um grande centro de produção metalúrgica junto das minas de ferro de Mutún, na Bolívia; fábricas de alumínio junto das abundantes áreas extractivas de bauxite na Jamaica, na Guiana e no Suriname; e assim sucessivamente. Há que colocar um ponto final no padrão neocolonial de pilhagem de matérias-primas para pagar de volta (múltiplas vezes, sob juros compostos) a dívida externa, deixando apenas pobreza e devastação para trás.

4) Precisamos de energia nuclear, de imensa energia nuclear, e, da mesma forma, do salto qualitativo tecnológico que está associado a esta nova plataforma energética. Precisamos disto, e, em especial, à medida que fazemos a transição para energia de fusão. Energia solar e eólica são uma piada de mau gosto. A baixa densidade de fluxo energético, os elevados custos económicos físicos, e a natureza intrinsecamente intermitente destas fontes de energia, significam um retorno à plataforma tecnológica da Era Medieval, com um correspondente colapso de números populacionais para níveis medievais. O “New Deal Verde” não é nada mais que a velha e anti-científica política de depopulação Maltusiana, agora reciclada com uma camada fresca de tinta verde por cima.

A agenda Maltusiana que está planeada para a cimeira global de 22-23 de Abril sobre alterações climáticas, agendada para ter início no Dia da Terra, tem de ser totalmente rejeitada: como está a começar a ser feito, por nações como a Índia, a China e outros. Com efeito, o Dia da Terra devia ser simplesmente cancelado, e substituído por um feriado mais humano: o Dia de Marte!

A visita do Presidente Alberto Fernández à China pode tornar-se no primeiro passo para a participação Ibero-americana na missão da Humanidade a Marte.


Para mais informação: preguntas@schillerinstitute.org

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