Paris, 12 de fevereiro de 2022 (EIRNS) – Numa publicação inserida no semanário francês Marianne, Peter Dittus e Hervé Hannoun, defendem uma saída francesa do comando integrado da NATO. O economista alemão Peter Dittus é o antigo secretário-geral do Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), enquanto o francês Hannoun foi o seu subdiretor-geral. 

Os seus argumentos são a substância do seu novo livro chamado "OTANexit: Urgence Absolue", publicado a 16 de janeiro.

"Desde novembro de 2021", dizem eles, "os franceses, como outros povos do Ocidente, foram submetidos a um condicionamento mental sem precedentes conduzido pelos Estados Unidos e pela Nato sobre o tema da ‘iminente invasão russa da Ucrânia’, que pode ficar para a história como um episódio de desinformação na linha da inteligência fabricada sobre as armas de destruição em massa de Saddam Hussein em 2003."

E eles dizem que é mentira. "A única guerra que a NATO parece estar a ganhar é a da informação. Mostramos no nosso livro este impressionante mapa de propaganda alemã no semanário Bild de 4 de dezembro de 2021, dando um plano imaginário detalhado da ‘invasão russa iminente’. O papel da propaganda é aterrador, devido à carga de ódio gerada pelas mentiras de ambos os lados. Do lado da NATO, o discurso agressivo e belicoso do Secretário-Geral Jens Stoltenberg é uma reminiscência irresistível da famosa inversão orwelliana: "a paz é guerra". 

(...) "O atual alinhamento da França com a NATO, através da sua participação no comando militar integrado sob a liderança americana, é um beco sem saída estratégico para um país com uma vocação universal como a França. Hoje, este país tem um papel histórico a desempenhar para travar a marcha em direção à guerra na Europa iniciada pelos sonâmbulos da NATO. A saída da França da NATO, que marcará o fim do alinhamento da política de segurança externa da França com os Estados Unidos, terá um enorme impacto no mundo."

Sinalizará a independência da Europa do excepcionalismo americano, a renovação do multilateralismo, a emergência de um mundo multipolar e o fim rápido do quadro obsoleto da NATO. A França redescobrirá, então, a sua vocação universal, contribuindo para o equilíbrio global para a paz, e desempenhando, graças à sua imparcialidade redescoberta, um papel de síntese dentro do P5, o concerto dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Estados Unidos, Reino Unido, China, Rússia e França), um P5 cuja composição deve ser mantida e cujo papel de regulador da paz mundial deve ser reforçada."

Ver tradução ao inglês do artículo de Dittus e Hannoun na íntegra aqui, Franco-German call on France to Leave NATO and Bolster P5 | The Schiller Institute.

100 Seconds to Midnight on the Doomsday Clock: We Need a New Security Architecture! por Helga Zepp-LaRouche