BRASIL: GRAÇAS AO CONLUIO DOJ/LAVA-JATO, BOLSONARO É ELEITO PRESIDENTE

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Por Antonio Cruz/Agência Brasil [CC BY 3.0 br], via Wikimedia Commons
Jair Bolsonaro

3 de novembro (EIRNS) – De maneira previsível, o ex-capitão do exército, Jair Bolsonaro, venceu o segundo turno das eleições presidenciais com 55% dos votos contra 45% do candidato do Partido dos Trabalhadores, Fernando Haddad. Ele tomará posse em 1º de janeiro de 2019. Funcionará em nome dos interesses de Londres e Wall Street que se arremeteram agressivamente contra o Brasil no curso dos três anos passados, utilizando a operação Lava Jato, intromissão política disfarçada de campanha “anti-corrupção”.

O indício mas claro de que Wall Street e Londres vão controlar o próximo governo surgiu o dia 1º de novembro, quando o juiz Sérgio Moro, dirigente da Lava Jato, anunciou que aceitou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para participar de seu governo. Ele irá assumir a posição de “super ministro” num cargo que irá juntar a pasta de Justiça com a de Segurança Pública e o Controle de Atividades Financeiras (COAF) em uma só entidade. Moro foi treinado pelo Departamento do Estado estadunidense, e altos funcionários do Departamento da Justiça (DOJ) estadunidense se gabaram de terem dirigido a operação.

A pretensão de que a vitória de Bolsonaro foi resultado de suas promessas de “confrontar o crime” é fake news. O único motivo para a vitória de Bolsonaro é que Sérgio Moro colocou o ex-presidente Inácio Lula da Silva na cadeia sob a acusação de “corrupção” através da operação Lava-Jato, evitando que ele concorresse à presidência. Caso concorresse, é amplamente reconhecido que ele venceria.

Lula e sua sucessora e aliada Dilma Rousseff (ilegalmente deposta em agosto de 2016 como parte da Lava-Jato) foram importantes organizadores dos BRICS e simpáticos à Iniciativa chinesa Um Cinturão, Uma Rota. A Lava-Jato não só se livrou dessas duas figuras políticas fundamentais, mas também dizimou a maior parte das instiuições produtivas e científicas da maior economia da América do Sul (e a oitava maior do mundo).

Junto com o caos econômico desatado pela substituição de Dilma da presidência pelo patético Michel Temer, a ofensiva judicial contribuiu para polarizar gravemente o país ao jogá-lo num profundo caos econômico e social, fator que preparou a cena para a vitória de Bolsonaro. No passado, Bolsonaro tinha fama como provocador e congressista medíocre. Só ganhou notoriedade internacional graças a anos de cobertura do New York Times.

É de notar que o cerne de apoio a Bolsonaro, consiste em tropas de choque militantes treinadas e financiadas por radicais livre-mercadistas de Londres – sobre tudo a Fundação Atlas – que lideraram manifestações de rua em 2016 exigindo o impeachment da então presidenta Dilma Rousseff.

Agora, como presidente, Bolsonaro terá prominentes servidores de Wall Street e Londres funcionando desde o interior do seu próprio gabinete: Paulo Guedes, extremista neoliberal treinado na Escola de Chicago e proprietário de fundos de investimento “abutres”, como super-ministro da Fazenda; e o juiz Moro como super-ministro da Justiça.

Guedes anunciou já seu programa de terapia de choque neo-liberal, e Moro deixou claro em 1º de novembro que o fato de entrar no governo lhe permiterá continuar sua missão demolidora contra as instituicões brasileiras desde um plano maior. Mas até seus próprios defensores mostram preocupação de que sua nomeação, nitidamente política, cria um conflito de interesses e tende a confirmar as acusações de que o processo contra Lula, foi puro jogo político sujo.

 

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